Síria: Representante diplomático do Papa pede respeito pelo direito humanitário

D. Mario Zenari comenta situação no país, após o presidente dos EUA ter admitido intervenção militar

Cidade do Vaticano, 21 ago 2012 (Ecclesia) – O representante diplomático do Papa na Síria apelou hoje ao respeito pelo “direito humanitário” no país, após o presidente dos Estados Unidos da América ter admitido uma intervenção militar caso sejam utilizadas armas químicas.

“Neste momento, é preciso exigir de todas as partes em conflito o rigoroso respeito pelo direito humanitário internacional, que tem sido destroçado por culpa de todos os beligerantes”, referiu à Rádio Vaticano o núncio apostólico [embaixador da Santa Sé] em Damasco, D. Mario Zenari.

O arcebispo escusou-se a comentar as recentes declarações de Barack Obama, que alertou para a possibilidade de o regime do presidente Bashar al-Assad recorrer a armas químicas, situação que poderia levar os Estados Unidos da América a intervir militarmente na Síria.

O conflito entre as forças de al-Assad e os opositores causou mais de 23 mil mortos em 17 meses.

D. Mario Zenari insistiu na convicção de que “aquilo que é preciso exigir neste momento é o respeito pelos limites que já se encontram fixados pelo direito humanitário internacional”.

“Estamos todos sem palavras”, admitiu o diplomata da Santa Sé, que se mostrou preocupado com o futuro da Síria e referiu que “há a impressão, um receio generalizado, de que as coisas estão a fugir ao controlo”.

A chegada do novo mediador internacional, Lakhdar Brahimi, leva o núncio apostólico a afirmar que “a comunidade internacional não deve desistir, mas deve continuar a tentar”.

O arcebispo italiano deixa votos de que “todos os grupos étnicos e religiosos” da Síria possam encontrar “o caminho da paz”, em conjunto.

RV/OC

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