Irmã Maria Lúcia Ferreira pede «contentores com ajuda humanitária» e também «ajuda monetária»
Lisboa, 09 fev 2023 (Ecclesia) – A irmã Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa na Síria, fez um “apelo angustiado” para que o mundo ajude este país, na sequência do sismo da madrugada desta segunda-feira, através da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“Enviem contentores com ajuda humanitária, com roupas, com comidas que serão distribuídas o mais rapidamente possível. E enviem também ajuda monetária para entregar às igrejas para que possam acolher as pessoas que não têm para onde ir, que estão sentadas nas ruas”, pede a irmã Maria Lúcia Ferreira, numa mensagem para o secretariado português da AIS, enviada à Agência ECCLESIA.
Dois violentos sismos, de 7,8 e 7,5 na escala de Richter, provocaram milhares de mortos e feridos, desalojados e desaparecidos, além de elevados danos materiais, na Turquia e na Síria, num balanço que se tem vindo a agravar diariamente desde segunda-feira.
Várias equipas de busca e salvamento, com ajuda internacional, estão no terreno para tentar salvar pessoas presas nos escombros.
“Através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre faço um apelo angustiado a todo o mundo para venha em ajuda da Síria.”
A religiosa portuguesa, conhecida como Irmã Myri, que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, lamenta que sejam “poucos” os aviões de ajuda humanitária que “estão a ajudar a Síria”, e salienta que as pessoas “já não têm dinheiro para reconstruir as suas casas”.
“As pessoas encontram-se na rua agora, ou sob os escombros, e milhares estão sem casa. Aqueles que as tinham construído depois da guerra, quando tantas habitações foram danificadas, agora está tudo destruído. Veem-se os prédios a cair, mesmo depois do tremor de terra, porque com a guerra e com o sismo, as paredes já não aguentam”, explicou.
A Fundação pontifícia AIS refere que são “milhares as famílias afetadas pelo sismo”, que atingiu com particular intensidade as cidades de Alepo, Idlib, Lattakia, Hamã e também Tartous, observando que se sucedem “imagens dolorosas de pessoas em desespero”, à espera do milagre do resgate de ente-queridos, e de pessoas que deambulam pelas ruas, depois de terem perdido tudo o que tinham.
“É impossível. Por favor, ajudem, por favor, ajudem; Por favor, não se esqueçam da Síria. Esta situação agora é muito pior do que no tempo da guerra.”
A organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre está a “avaliar continuamente a situação” neste país e a recolher “o máximo de informação possível” junto dos parceiros no terreno sobre as necessidades imediatas da Igreja local, para “cumprir com a sua missão de ajuda de emergência a estas populações”.
Neste contexto, a AIS reforça que os seus projetos de apoio alimentar através de cantinas paroquiais, a ajuda aos idosos, o auxílio médico e a ajuda na reconstrução das casas, “ganham uma importância ainda maior” neste desastre que se vive na Síria.
Em Portugal, as Fundações Champagnat, dos Irmãos Maristas, e Salesianos, através da ‘Missão Dom Bosco – Fundo Solidário Salesiano’, estão a dinamizar campanhas solidária para apoiar a população em Alepo, através das comunidades que estas congregações religiosas têm nesta cidade da Síria.
CB