Morteiros e bombas atingem bairros cristãos
Lisboa, 23 fev 2018 (Ecclesia) – A irmã Annie Demerjian, responsável pelo acompanhamento de projetos de ajuda humanitária da Fundação AIS na Síria, denunciou o aumento da violência na região de Damasco, falando em dias de “inferno”.
A religiosa da Congregação das Irmãs de Jesus e Maria, escapou da morte por pouco, tal como os seus alunos, quando uma série de bombas varreu a zona do seu convento, no Bairro de Bab Touma, na última série.
Em mensagem enviada à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a irmã Annie diz que se gerou confusão com os bombardeamentos, com “pessoas a correr” procurando abrigar-se com os seus filhos”.
A irmã Annie Demerjian lança um apelo às orações dos cristãos em Portugal e em todo o mundo, para que a guerra possa terminar na Síria: “Por favor, rezem por nós. O único caminho é a oração”.De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, outros cinquenta civis perderam a vida em consequência dos ataques aéreos lançados pelo governo sírio contra Ghouta, localidade a leste da capital nas mãos dos rebeldes e assediada pelas tropas de Assad.
As estimativas de grupos independentes assinalam que desde domingo 194 pessoas perderam a vida no enclave; cerca de 500 os feridos; entre as vítimas há também 52 crianças e 29 mulheres.
A Agência das Nações Unidas para a Infância afirma que em Ghuta oriental, onde vivem 95% dos sírios sob assédio, se vive “uma verdadeira emergência humana”, que afeta 400 mil civis.
O núncio apostólico na Síria, cardeal Mario Zenari, dá eco aos temores da comunidade cristã e de todas as famílias com crianças em idade escolar.
“Algumas escolas cristãs foram fechadas porque, naturalmente, é sempre um risco enviar os filhos para a escola, tendo em conta os foguetes e morteiros que caíram sobretudo na área da antiga Damasco, onde há bairros com escolas cristãs”, assinala o representante diplomático da Santa Sé, em declarações ao portal de notícias do Vaticano.
OC