Síria: «Pior catástrofe humana do mundo», considera ONU

Comissão de Inquérito das Nações Unidas diz que é necessária «uma negociação política que possa terminar o confito»

Lisboa, 29 ago 2014 (Ecclesia) – O presidente da Comissão de Inquérito da Organização das Nações Unidas, Paulo Sérgio Pinheiro, classificou a situação de conflito na Síria como a “pior catástrofe humana do mundo” e atribui responsabilidades ao Governo sírio e ao grupo Estado Islâmico.

“O conflito na Síria atingiu uma etapa extremamente preocupante, mais do que nunca a comunidade internacional” deve encontrar “uma forma de se unir para uma negociação política que possa terminar o conflito”, explicou Paulo Sérgio Pinheiro, revela a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Segundo o presidente da Comissão de Inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) “a comunidade internacional fracassou totalmente com um dos deveres mais fundamentais que é o da proteção dos civis”.

Esta situação “permitiu o crescimento do grupo Estado Islâmico, cuja brutalidade ameaça tomar conta do Médio Oriente e remodelar a humanidade à sua imagem”, desenvolveu o responsável.

Paulo Sérgio Pinheiro que apresentou um relatório sobre o primeiro semestre de 2014 na Síria, disse que os “crimes de guerra e contra a humanidade” são da responsabilidade do Governo sírio e de grupos armados.

“[O Estado Islâmico] tem enormes recursos financeiros, com imenso potencial bélico e com uma coreografia de terror em termos de decapitações, crucificações, amputações de membros, negação total dos direitos das mulheres e de meninas, que são proibidas de irem à escola”, acrescentou o presidente da Comissão de Inquérito da ONU.

Para o relator “um dos factos mais perturbadores do relatório” é a informação de campos de treino, onde jovens, “a partir dos 14 anos, são recrutados e treinados para lutar nas frentes de batalha”.

O documento revela que o governo sírio também teve ações que são consideradas “crimes de guerra”, como: “Ataques contra civis, assassinatos sistemáticos, tortura, violações e desaparecimentos forçados atribuídos a grupos armados ligados ao governo”.

Ao exército do presidente Bashar al-Assad é também atribuído o “uso de gás cloro em bombardeamentos que causaram a um grande número de mortos de civis e a expansão do terror”.

A ONU alerta que o conflito na Síria já fez  6,5 milhões de deslocados e quase 11 milhões de sírios precisam de assistência humanitária urgente no país.

A Comissão de Inquérito considera que esta guerra já causou mais de 191 mil mortos e “ameaça a paz e a segurança em todo o mundo”.

AIS/CB/JCP

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