Cardeal Luis Antonio Tagle recorda drama de milhões de civis desalojados e apanhados no meio dos bombardeamentos
Cidade do Vaticano, 16 dez 2016 (Ecclesia) – O presidente da ‘Caritas Internationalis’, confederação que juntam mais de 160 Cáritas de todo o mundo incluindo Portugal, dedicou a sua mensagem de Natal à Síria, um país há cinco anos em guerra civil.
O cardeal Luis Antonio Tagle realça a situação de um povo que parece estar a viver num permanente “inverno” mas onde “nunca é Natal”.
Para aquele responsável, “a paz na Síria” seria a “maior” prenda deste Natal.
Devido ao conflito que opõe o governo sírio a forças contrárias ao regime, “milhões de pessoas” perderam as suas casas e vivem em permanente clima de medo, de temor pelas suas vidas.
“Pensemos nos pobres, nos idosos e nas crianças que vivem amontoados em pequenas habitações. Pensemos naqueles que vivem sob as intempéries, sob constantes bombardeamentos, naqueles que saíram das suas casas em busca de segurança”, escreve o arcebispo filipino.
De acordo com a ‘Caritas Internationalis’, mais de “250 mil civis ainda permanecem retidos na cidade de Alepo”, um dos pontos mais atingido pelo conflito.
Nos últimos dias, o governo sírio retomou o controlo da parte leste da cidade e D. Luis Antonio Tagle mostra-se esperançado num futuro mais risonho para as populações locais e para a Síria.
“Sabemos que depois do inverno vem sempre a primavera”, afirma o prelado.
A confederação internacional da Cáritas está empenhada no reforço de um fundo de emergência dedicado a todos quantos ainda sofrem com a guerra na Síria, sobretudo em Alepo.
O organismo católico destaca a necessidade de “colocar imediatamente um ponto final no conflito”, de “fazer chegar a ajuda humanitária a quem mais precisa”, desde alimentos a roupas e medicamentos, e que “a vida dos civis seja protegida”.
Desde que começou, em 2011, a guerra na Síria já provocou cerca de 400 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados.
A Cáritas Portuguesa informa, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, que "continua a apoiar os que mais sofrem naquela região e depois de, em 2015, ter promovido uma campanha de recolha de roupa de inverno que permitiu o envio de 100 toneladas de roupa para crianças, entregou recentemente um donativo de 13 600 euros também para o apoio às famílias e crianças refugiadas".
JCP/OC
Notícia atualizada às 15h00