Síria: Papa lamenta falta de soluções para o conflito

Arrastar do drama humano no país resulta de uma «indiferença que dói», sublinha Francisco

Cidade do Vaticano, 30 mai 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes de um encontro promovido pelo Conselho Pontifício “Cor Unum” a decorrer hoje em Roma, dedicado à guerra civil na Síria.

Na sua missiva, publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, o Papa expressa a sua “profunda consternação” pelo facto da crise na Síria, que em três anos já causou a morte a cerca de 160 mil pessoas, permanecer “sem solução” à vista.

Recorda ainda os homens, mulheres que estão a sofrer “diariamente” na pele, as consequências da luta de poder entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes, e o drama de “milhares de refugiados, incluindo idosos e crianças”, sujeitos a morrer “de fome e das doenças causadas pela guerra”.

Para o Papa argentino, a falta de alternativas perante o arrastar do conflito é apenas mais um sinal da “globalização da indiferença” que tomou conta do mundo, “uma indiferença que dói”.

Francisco reforça a necessidade das partes em conflito “calarem as armas” e se comprometerem a uma negociação que coloque “em primeiro lugar o bem da Síria e de todos os seus habitantes”, incluindo “a amada comunidade cristã, rosto de uma Igreja que sofre e que espera”.

Sublinha ainda a necessidade de Governo e rebeldes facilitarem a assistência humanitária às populações mais afetadas pela guerra civil.

Atualmente, o número de refugiados sírios ultrapassa os dois milhões e existem ainda seis milhões de pessoas deslocadas dentro do país, por terem sido obrigadas a deixar as suas casas.

O encontro promovido pelo Conselho Pontifício “Cor Unum”, presidido pelo cardeal Robert Sarah, teve como base avaliar o trabalho que tem estado a ser feito pelas organizações humanitárias católicas junto do povo sírio e perspetivar também prioridades futuras.

Segundo o Papa, o apoio que a Igreja Católica leva às pessoas atingidas pela guerra deve ser “expressão fiel do amor de Deus pelos seus filhos que estão em situação de opressão e angústia”.

Francisco destaca a importância das instituições caritativas católicas “colaborarem com as comunidades e com as igrejas locais” e privilegiarem o “diálogo em conjunto” para uma melhor distribuição de esforços.

Sublinha ainda a responsabilidade de “apoiar todas as vítimas, independentemente da origem étnica, religiosa ou social”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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