Francisco abordou ataque a coluna do Crescente Vermelho em Alepo, antes de seguir até Assis para um encontro inter-religioso pela paz
Cidade do Vaticano, 20 set 2016 (Ecclesia) ? O Papa criticou hoje no Vaticano a ?vergonha? da guerra e as ?divisões entre religiões?, durante a Missa na Casa de Santa Marta que antecedeu a partida de Francisco para Assis para participar num encontro inter-religioso pela paz.
Na sua homilia, o Papa argentino referiu-se aos últimos acontecimentos na Síria, em que um ataque a um comboio de ajuda humanitária do Crescente Vermelho, que fez pelo menos 30 mortos, perto da cidade de Orum al-Kubra, a oeste de Alepo.
?Pensamos hoje não só nos mortos e feridos; mas também em todas as pessoas, crianças e idosos, que por causa deste ataque não vão ter acesso a ajuda humanitária, alimentos, cuidados de saúde. Estamos a falar de pessoas famintas, doentes?, sublinhou.
Para Francisco, este ataque deve ser uma ocasião de ?oração? pelas vítimas mas também de sentir vergonha.
?Vergonha por seres humanos, nossos irmãos, serem capazes de cometer um ato destes?, complementou.
O Papa argentino já partiu entretanto para a cidade italiana de Assis, para tomar parte num encontro inter-religioso pela paz, num dia em que a Igreja Católica viva uma jornada mundial de oração por esta causa.
A iniciativa acontece 30 anos depois do primeiro encontro convocado por São João Paulo II.
Antes de seguir viagem, e ainda durante a eucaristia na Casa de Santa Marta, Francisco frisou que ?não existe um Deus da guerra?, apesar de hoje o ?mundo estar em guerra?, estar ?em sofrimento?.
?Deus é deus de paz? e é preciso que os homens consigam afastar de si a tentação da violência que ?começa no coração?.
Neste contexto, o Papa exortou todos os homens e mulheres, católicos, cristãos, crentes das várias religiões, a ?rezarem pela paz?.
?Não podemos fechar os nossos ouvidos aos gritos de dor dos nossos irmãos e irmãs vítimas da guerra?, concluiu.
JCP