Síria: Papa alerta para o respeito pela liberdade

Bento XVI contrário a ações «unilaterais» no Médio Oriente

Cidade do Vaticano, 09 jun 2011 (Ecclesia) – Bento XVI apelou hoje ao respeito pela “liberdade” na Síria, aludindo às recentes manifestações de contestação ao regime no país, à imagem do que aconteceu à volta do Mediterrâneo, nas últimas semanas.

Falando ao novo embaixador sírio junto da Santa Sé, Hussan Edin Aala, o Papa disse que estes acontecimentos “manifestam o desejo de um futuro melhor nos domínios da economia, da justiça, da liberdade e da participação na vida pública”.

“Para fazer progredir a paz na região, deve ser encontrada uma solução global, que não se pode deixar lesar pelos interesses de qualquer das partes em causa e tem de ser fruto de um compromisso, não de uma escolha unilateral, imposta pela força”, alertou.

Segundo Bento XVI, existe a necessidade de “verdadeiras reformas na vida económica, política e social” nos países do Médio Oriente, mas considera fundamental que “essas evoluções não se realizem em termos de intolerância, discriminação ou de conflito, muito menos de violência”.

Um grupo de quatro países europeus – Reino Unido, França, Portugal e Alemanha – vai apresentar na ONU uma resolução a “condenar a repressão” do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra os opositores, anunciou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, referindo que “segundo relatos credíveis já causou um milhar de mortos e levou à detenção de cerca de 10 mil pessoas”.

Perante este cenário, Bento XVI diz ser “de uma importância essencial privilegiar o bem comum, deixando de lado os interesses pessoais ou partidários”.

O Papa pede “uma solução negociada, que tenha em conta as aspirações e legítimos interesses dos diversos povos envolvidos”.

Centenas de pessoas estão a atravessar a fronteira da Síria para a Turquia, para fugir aos confrontos.

Bento XVI lembrou o “grande número de refugiados” que a situação no Médio Oriente tem gerado nos últimos anos, assinalando em particular os “numerosos cristãos”.

Neste sentido, o Papa destacou que a Síria foi “tradicionalmente um exemplo de tolerância” e de “relações harmoniosas entre cristãos e muçulmanos”, desejando que esta convivência “continue e se desenvolva, para o maior bem de todos”.

OC

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