Síria: Irmãos Maristas pedem ajuda ao Papa e à comunidade internacional

«Berço do cristianismo» está perto de sucumbir aos ataques dos rebeldes islâmicos

Alepo, Síria, 15 abr 2015 (Ecclesia) – A congregação dos Irmãos Maristas em Alepo, na Síria, lançou um pedido de socorro ao Papa Francisco e à comunidade internacional numa altura em que a cidade está a ser fortemente atacada pelos rebeldes islâmicos.

“As pessoas temem de um momento para o outro uma invasão total, com tudo o que poderá representar como consequência”, refere o irmão Georges Sabé, num depoimento enviado à Agência ECCLESIA.

O religioso dá conta da situação “horrível” em que vive a pequena comunidade cristã da região, vítima de “fortes bombardeamentos” que têm espalhado a morte e a destruição.

Descreve um cenário “quase apocalíptico”, com casas destruídas e pessoas “entre os escombros”, outras a tentarem encontrar nos destroços os seus entes queridos, “pais e filhos”, famílias inteiras a “vaguearem pelas ruas”.

Nem a catedral greco-católica foi poupada à chuva de mísseis, obrigado o bispo a mudar a sua residência para um local mais seguro.

“É horrível, horrível, tudo o que está a acontecer”, aponta o consagrado marista, para quem o pior é “não saber o que esperar das próximas horas”.

Por isso aproveita a ocasião para fazer um apelo ao Papa e à comunidade internacional: “Ajudem-nos! Para continuarmos no Médio Oriente, para preservarmos o que resta da comunidade cristã de Alepo, precisamos de toda a ajuda possível, seja ela pública, política e humana”, exorta.

A congregação dos Irmãos Maristas de Alepo lamenta que, depois de quatro anos de conflitos cada vez mais cruéis, não haja uma solução à vista.

No entanto, continuam a olhar o futuro com esperança, recordando que o no solo em que pisam foi “berço do cristianismo”.

“Antes da guerra não existiam tensões entre cristãos e muçulmanos. Ela não é nem nunca foi um conflito confessional nem um conflito contra os cristãos”, referem os religiosos, apontando como exemplo os muitos muçulmanos que trabalham “como voluntários” na sua obra sociocaritativa e na assistência às vítimas.

JCP

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Agência ECCLESIA

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