Comité-executivo das Comissões Justiça e Paz da Europa denuncia incursão «feita à custa da população civil»
Lisboa, 14 fev 2018 (Ecclesia) – O comité-executivo das Comissões Justiça e Paz da Europa (Igreja Católica) diz que a incursão militar da Turquia na Síria é “um atentado ao direito internacional” e defende a “retirada imediata” das tropas da região.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o organismo católico refere-se à ofensiva que o governo de Recep Erdogan iniciou a 20 de janeiro deste ano, em Afrine, no norte da Síria, com o pretexto de expulsar um conjunto de grupos de milícias curdas que a Turquia considera como terroristas.
Os membros das várias comissões ‘Justiça e Paz’ da Europa, entre as quais de Portugal, recordam as “consequências imprevisíveis” que a ação militar turca pode ter para o futuro de “toda a região síria”, e em particular para o território de Afrine, “que era uma das poucas regiões que ainda permanecia fora do conflito”.
Desde que a guerra civil rebentou na Síria em 2011, Afrine afirmou-se também como um ponto de acolhimento para centenas de milhares de deslocados sírios, que ali foram recebidos “sem distinções entre etnias e religiões”, pode ler-se.
Um contexto que agora está em causa depois deste “ataque das forças militares turcas”, feito com o apoio de vários grupos radicais muçulmanos”, denunciam ainda os representantes do comité-executivo das comissões ‘Justiça e Paz’ da Europa.
O organismo católico sublinha a sua “solidariedade e apoio” a todos quantos hoje veem a sua vida ameaçada em Afrine e pede ação imediata por parte da União Europeia e de todos os Estados-membros, no sentido de encontrar uma “solução diplomática para o conflito”.
Ao mesmo tempo, apela a um “cessar-fogo imediato” na região e realça a importância do Governo turco adotar uma “posição clara” acerca desta incursão militar, “feita à custa da população civil” de Afrine e que já provocou “muitas baixas humanas”.
O comité-executivo das Comissões Justiça e Paz da Europa (Igreja Católica) esteve reunido em Drumalis, na Irlanda do Norte, para abordar a situação da Síria.
Na agenda estiveram ainda matérias como a defesa dos direitos humanos, face à ação das empresas multinacionais particularmente em países mais subdesenvolvidos, e a definição do plano do comité para os próximos quatro anos.
JCP
