Vaticano renovou apelos a um cessar-fogo e a uma solução de paz duradoura
Genebra, Suíça, 21 out 2016 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé, para as Nações Unidas e outras organizações internacionais com sede em Genebra defendeu hoje medidas urgentes contra a guerra civil na Síria.
“O horror que rodeia este conflito, que já dura há seis anos, a forma brutal como tem ceifado centenas de milhares de vidas, sobretudo mulheres e crianças inocentes, e forçado muitas mais a fugirem pela vida, destruído sociedades e cidades inteiras, deveria ser motivação suficiente para a comunidade internacional agir e buscar uma solução pacífica e duradoura”, sublinhou D. Ivan Jurkovic.
O arcebispo esloveno falava esta sexta-feira durante uma sessão especial do Conselho da ONU para os Direitos Humanos.
Na sua intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, o representante diplomático da Santa Sé destacou a “terrível situação humanitária” que se vive em Alepo, uma das regiões mais martirizadas pelos combates entre o exército do governo de Bashar al-Assad e as forças rebeldes.
Apanhados no meio dos bombardeamentos, muitos civis permanecem “sem acesso a coisas básicas como alimentação, água e medicamentos”.
Para D. Ivan Jurkovic, “a complexidade política, social e económica” que marca o contexto da Síria, que é influenciada também pela instabilidade no Médio Oriente, “não pode ser uma barreira para a busca urgente de soluções, através do diálogo diplomático”.
Nesta linha, a primeira medida efetiva deverá ser “um cessar-fogo imediato”, que permita “uma assistência humanitária segura às vítimas”.
Mas isso só não chega, acrescentou o observador permanente do Vaticano em Genebra.
É essencial também um compromisso “continuado” a favor da paz, que envolva “negociações formais e informais”, salientou.
No final da sua intervenção, D. Ivan Jurkovic reforçou o recente apelo que o Papa Francisco fez a favor de um ‘calar das armas’ e do fim dos combates na Síria.
A 12 de outubro, na Praça de São Pedro, durante uma audiência pública com os peregrinos, o Papa argentino manifestou a sua proximidade a todas as vítimas deste conflito desumano”.
“É com urgência que renovo este apelo, implorando com todas as minhas forças aos responsáveis por este conflito, a fim de que haja um cessar-fogo imediato, implementado e respeitado pelo menos durante o tempo necessário para a evacuação das populações civis, sobretudo das crianças ainda apanhadas no meio destes bombardeamentos cruéis”, disse ainda Francisco.
JCP