Lisboa, 09 jan 2017 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denuncia que uma “guerra da água” ameaça os bairros cristãos na cidade síria de Damasco e alerta que grupos armados, considerados “rebeldes”, ameaçam a participação nas negociações de paz no Cazaquistão.
Em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, o secretariado português da fundação pontifícia afirma que a situação “permanece altamente instável” em algumas zonas da Síria, nomeadamente na região da capital onde os combates entre forças governamentais e grupos rebeldes deve-se “essencialmente por causa do controlo estratégico do abastecimento de água” a Damasco.
Segundo a AIS, o controlo da área de Wadi Barada, no noroeste de Damasco, que fornece “quase dois terços da água potável” à capital síria significa “o domínio sobre a vida dos milhões de pessoas” e essa região é controlada por grupos rebeldes.
As Nações Unidas contabilizam que “mais de 5,5 milhões de pessoas” têm estado “parcialmente ou completamente isoladas” do abastecimento de água, e a fundação denuncia que recentemente os depósitos de água “foram contaminados”.
Com a “guerra da água”, as populações locais receiam que os combates prossigam, e que a região, nomeadamente o bairro de al-Qassa’a, volte a estar “na mira das armas”.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre informa que diversos grupos armados, considerados “rebeldes”, “ameaçaram suspender” a sua participação nas negociações de paz agendadas para o fim deste mês em Astana, no Cazaquistão.
A organização católica recorda ainda que o cessar-fogo no território sírio exclui as duas principais forças jihadistas, a Frente al-Nusra, que agora é denominada como Jabhat Fateh al-Sham, e o autodenominado ‘Estado Islâmico’.
CB