Lisboa, 19 jun 2015 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou uma campanha de oração internacional pela libertação do padre Jacques Mourad, sequestrado na Síria.
“A notícia do rapto deste sacerdote deixou consternada a população local, que apreciava particularmente o trabalho que vinha desenvolvendo, em especial junto das populações mais necessitadas, idosos e crianças, sendo conhecido como ‘um amigo dos muçulmanos’, revela a AIS.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia contextualiza que o sacerdote foi sequestrado com um colaborador, Boutros Dekermenjian, por “quatro homens armados que o obrigaram a entrar num automóvel” e pertencem a um grupo ligado ao autoproclamado Estado Islâmico.
A Fundação AIS explica o convite à oração este domingo, dia em que se completa “um mês” desde o sequestro do prior de um mosteiro em Al Qaryatayn, a cem quilómetros da cidade de Palmira, recentemente tomada pelos jihadistas, na Síria.
A AIS revela que tem apoiado o trabalho pastoral do padre Jacques Mourad desde 2004, uma colaboração que se intensificou com o início da guerra na Síria em 2011.
Esta não é a primeira vez que a comunidade monástica de Deir Mar Musa é atingida por uma “tragédia” deste género, já que em 2013 outro dos seus sacerdotes, o padre Paolo Dall’Oglio foi também raptado, na cidade de Raqqa.
Os ataques a responsáveis e membros das comunidades cristãs têm-se sucedido na Síria, com registo para o rapto de dois bispos em Aleppo, Yohanna Ibrahim e Bulos Yazigi, e a morte dos padres François Mourad e Frans Van Der Lugt, assassinados respetivamente nas localidades de Ghassanieh e Homs.
O arcebispo de Damasco, num documento enviado à fundação Ajuda à Igreja que Sofre, classifica o conflito sírio como o “mais cruel drama humano desde a Segunda Guerra Mundial”.
D. Samir Nassar exemplificou esta realidade através de percentagens: “12 milhões de refugiados dentro e fora da Síria; quatro em cada cinco sírios vivem abaixo do limiar da pobreza; mais de dois milhões de casas foram destruídas ou encontram-se danificadas.”
No documento o prelado revela ainda que cerca de “cinco milhões e meio de crianças foram afetadas pela guerra” e destas “três milhões” deixaram de frequentar a escola.
Na Síria mais de seis milhões de pessoas têm dificuldade em ter alimentos todos os dias e já morreram 520 mil pessoas vítimas dos combates, neste período 91 igrejas e 1400 mesquitas também foram destruídas.
CB/OC