Lisboa, 17 set 2013 (Ecclesia) – D. Boutros Marayati, arcebispo de Alepo, na Síria, revela que a entrega de material químico é uma boa notícia mas que os cristãos vivem com medo e que as forças antigoverno não transmitem sinais tranquilizadores.
“De nenhum dos vários grupos que compõem a milícia rebelde, nem dos do fundamentalismo islâmico, mas nem mesmo de outros, nunca chegou um sinal capaz de tranquilizar os cristãos. Por isso agora, se haverá um período de trégua, os cristãos pensarão apenas fugir”, analisa D. Boutros Marayati, arcebispo arménio.
O prelado de Alepo, cidade a 359 quilómetros norte da capital Damasco, revelou, à Agência Fides, do Vaticano, que os cristãos no norte da Síria estão isolados, há meses, com o assédio das forças antigovernamentais.
Para D. Boutros Marayati, o ataque a Maalula, 55 quilómetros a norte de Damasco, uma cidade predominantemente cristã origina várias questões: “Este ataque tem um aspeto simbólico. É de perguntar por que eles não fizeram isso antes”.
A guerra entre as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição, que dura há mais de 24 meses, não destruiu apenas bens materiais como cidades, ruas e edifícios, para o arcebispo de Alepo, o futuro é negro porque “destruiu também os corações”.
Por isso, assinala que “não há mais esperança de se voltar a conviver em paz, como acontecia antes”.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, recebeu o relatório que confirma o uso de armas químicas na Síria, mais propriamente de gás sarin, e revelou que esta utilização como “um crime de guerra”.
D. Boutros Marayati considera uma boa notícia o acordo entre os Estados Unidos da América e a Rússia que obriga Bashar al-Assad a entregar uma lista das armas químicas que a Síria possui e a sua destruição.
AIS/CB