Síria: Bispos da Europa apelam ao diálogo

Saint Gallen, Suíça, 19 jul 2012 (Ecclesia) – A presidência do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) apelou hoje ao diálogo na Síria, manifestando “profunda tristeza” pela “escalada de violência” que está a atingir o país.

“É necessário encontrar, mais uma vez, espaço para um diálogo de paz, nunca é demasiado tarde para as pessoas se compreenderem, negociarem e construírem juntas um futuro comum”, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

Os responsáveis católicos sublinham que a Igreja e a comunidade internacional seguem com “grande ansiedade” a situação na Síria, “onde as armas parecem ter substituído o diálogo”, segundo o CCEE.

“Este conflito apenas pode trazer dor, destruição e consequências sérias para o nobre povo sírio. A guerra é um beco sem saída”, pode ler-se.

As Nações Unidas estimam que perto de 20 mil pessoas tenham morrido nos 16 meses do conflito sírio, que opõe as forças leais ao presidente Bashar al-Assad, e grupos da oposição que tenta derrubar o atual regime.

A presidência do CCEE considera que os próximos dias vão ser “decisivos” para a resolução da crise, pedindo que os cristãos da Europa “aumentem o seu compromisso de oração pela paz na região” do Médio Oriente.

“Esperamos que as autoridades sírias, o povo e os crentes de qualquer religião posam olhar para Deus e encontrar o caminho para terminar todas as hostilidades, deixar as armas e embarcar no caminho para o diálogo, a reconciliação e a paz”, indicam.

“Uma solução para a crise é possível, uma solução que seja justa e construtiva, respeitando os interesses de todos”, adianta a nota, assinada pelo cardeal Péter Erdo, arcebispo de Budapeste (Hungria) e presidente do CCEE, bem como pelos vice-presidentes do organismo católico: o cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Génova (Itália), e D. Józef Michalik, arcebispo de Przemyśl (Polónia).

O projeto de resolução das Nações Unidas escrito pelos britânicos e subscrito por Portugal, Alemanha, França e EUA não foi hoje adotado “devido aos votos negativos de membros permanentes do Conselho de Segurança” (Rússia e China).

O resultado foi de onze votos a favor, dois votos contra e duas abstenções.

Esta quarta-feira, um atentado suicida ao Edifício da Segurança Nacional em Damasco resultou na morte do ministro sírio da Defesa, Daoud Rajiha, do seu vice-ministro, Assef Shawkat, e do chefe da célula de controlo de crises, Hassan Turkomani.

OC

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