Damasco, 04 dez 2015 (Ecclesia) – O arcebispo maronita de Damasco denunciou o “crepúsculo” da sua Igreja devido ao “êxodo dos cristãos do Médio Oriente”, que aumentou “especialmente desde 2011” com a ‘Primavera Árabe’ mas também desde a Guerra no Iraque (2003).
Numa carta à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Samir Nassar alerta que “alguns relatos” indicam que em “apenas dez anos o cristianismo” termine no Médio Oriente”, o que considera uma “visão pessimista”.
Segundo o arcebispo maronita de Damasco a “experiência mostra uma crescente e alarmante emigração” e o “tema das discussões diárias” entre a comunidade cristã “é como sair” da Síria.
“Todos parecem dispostos a ir para qualquer lugar, de qualquer maneira, mesmo que isso signifique assumir enormes riscos”, revelou o prelado sobre a migração que atinge principalmente os jovens que fogem do serviço militar que os envia para uma “guerra absurda” que dura desde 2011.
“Qual o futuro de uma igreja sem jovens?”, questiona D. Samir Nassar, interrogando-se ainda se será o “fim fatal do cristianismo apostólico numa terra bíblica”.
Na missiva enviada à Agência ECCLESIA, pela AIS, o responsável religioso indica caminhos que a Igreja na Síria pode optar para não ficar “refém da violência e da intolerância” em nome de uma “fé radical que nem apoia o pluralismo nem aceita diferenças”.
Neste contexto, observa que podem “acompanhar os fiéis” nos países da diáspora ajudando-os a manter a “fé tradicional” ou constituir “alianças com outras comunidades minoritárias”.
Para o arcebispo maronita de Damasco a comunidade cristã também pode “aceitar viver sob a sombra do Islão e continuar uma vida cheia de dificuldades e de desafios” ou procurar “garantias de proteção” dos governos.
Segundo D. Samir Nassar qualquer uma destas soluções implica um “futuro sombrio” porque os cristãos do Oriente “enfrentam uma escolha quase suicida” que é o “crepúsculo” da Igreja na região.
AIS/CB