Sínodo/Vaticano: Encontro jubilar reforça processo lançado por Francisco, diz porta-voz da CEP

Portugal participa com 27 pessoas no Jubileu das Equipas Sinodais e Organismos de Participação

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Lisboa, 23 out 2025 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que o Jubileu das Equipas Sinodais e Organismos de Participação, convocado para o Vaticano, reforça o processo iniciado por Francisco em 2021.

“As equipas sinodais vão estar em Roma e isso significa um reforço deste processo que vem desde o Papa Francisco, em que a dimensão sinodal, é inerente à própria identidade da Igreja, não é, digamos, um apêndice, mas é algo que a Igreja deve ser”, referiu à Agência ECCLESIA o padre Manuel Barbosa, antes da partida para Roma.

Portugal vai estar representado por uma delegação de 27 pessoas no Jubileu das Equipas Sinodais, que decorre entre sexta-feira e domingo, no Vaticano, marcando o início da “fase de implementação” das orientações do Sínodo sobre a Sinodalidade (2021-2024).

“É um número significativo para o nosso país”, sublinhou o padre Manuel Barbosa, que integra a equipa sinodal da CEP, destacando a presença de representantes de nove dioceses.

O evento, que reúne 2 mil pessoas dos cinco continentes, pretende “traduzir as linhas pastorais e estruturais do documento final em práticas que reforcem a natureza participativa e corresponsável da Igreja”, segundo a Secretaria-Geral do Sínodo, da Santa Sé.

A delegação portuguesa integra membros da equipa sinodal nacional da Conferência Episcopal e representantes das dioceses de Angra, Aveiro, Beja, Évora, Funchal, Leiria-Fátima, Lisboa, Setúbal e Viseu.

Para o padre Manuel Barbosa, a participação demonstra que “estas estruturas que foram chamadas a continuar a trabalhar e a refletir sobre o que foi a Assembleia de 2023-2024 e o seu documento final continuam atentas àquilo que se quer fazer, que é esta chamada fase de implementação”.

O programa prevê na sexta-feira um encontro-diálogo com o Papa, onde representantes de sete regiões eclesiais apresentarão os desafios da implementação da sinodalidade.

“É uma oportunidade para ter um primeiro encontro com Leão XIV sobre todos estes temas”, afirmou o secretário da CEP, considerando importante “ouvir o que o Papa tem a dizer e que indicações pode deixar”.

O padre Manuel Barbosa destacou que a presença do Papa sublinha a ideia de que “o caminho deve prosseguir, como foi feito até aqui”.

Este encontro no Ano Santo insere-se numa “grande caminhada que vai levar até 2028 a uma experiência inédita, a nível global, que é a Assembleia Eclesial”.

O programa do jubileu inclui ainda workshops sobre conversão missionária e sinodal, uma peregrinação com passagem pela Porta Santa, uma vigília mariana na Praça de São Pedro no sábado à noite e a Missa conclusiva celebrada pelo Papa Leão XIV, este domingo, na Basílica de São Pedro.

Em junho, a CEP dedicou as suas Jornadas Pastorais ao processo sinodal em curso na Igreja Católica, assumindo a necessidade de chegar a todas as comunidades.

“É preciso que a Igreja toda seja envolvida”, referiu o presidente da CEP, D. José Ornelas, no final das Jornadas Pastorais da CEP, que decorreram desde segunda-feira, reunindo bispos, religiosos, representantes diocesanos e dos vários setores da pastoral.

O bispo de Leiria-Fátima disse que o processo sinodal, lançado em 2021, tem sublinhado o “desejo de renovação”, na Igreja.

Já D. Virgílio Antunes, vice-presidente da CEP, assinalou que “há um caminho novo”, em Portugal e no mundo, “sob o impulso da sinodalidade”.

“Se cairmos na tendência de desvalorizar, penso que cometemos um grande erro”, observou o responsável.

Os participantes nas Jornadas Pastorais debateram e aprovaram a proposta de texto conclusivo, no qual se sublinha que “a sinodalidade em Portugal está viva, em processo e em construção”.

As reflexões foram vistas como “um verdadeiro exercício de sinodalidade”, no qual se assumiu o “autêntico desejo de se aprofundar e alargar os horizontes do caminho sinodal”.

A síntese apontou a “importância da presença comunicacional” da Igreja, com presença “mais ativa” nos debates públicos e também nas plataformas digitais, sobretudo junto dos jovens.

“É fundamental comunicar bem, com clareza e proximidade. sem deixar nenhuma realidade nem pessoa para trás”, aponta o documento.

Os debates assinalaram a necessidade de formação, para padres e leigos, e de orientações comuns para as comunidades católicas, que as possam aplicar “com ritmos e metodologias próprias”.

OC

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