Sínodo: «Testemunhos muito fortes, apaixonados, profundos, de lugares de guerra ou de sofrimento» foram aplaudidos fraternalmente

Na Sala Paulo XI, foi partilhada também preocupação pelos jovens e dar «instrumentos para alcançar a paz»

Cidade do Vaticano, 21 out 2023 (Ecclesia) – O prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé) disse que fizeram um apelo “para ajudar os jovens, num Oriente Médio que sangra”, esta sexta-feira no Sínodo onde partilharam “testemunhos fortes, de guerra ou de sofrimento” no mundo.

“Dar a estes jovens, como Igreja e como pastores, os instrumentos para alcançar a paz”, explicou Paolo Ruffini, hoje aos jornalistas, no briefing sobre os trabalhos da assembleia sinodal, na tarde desta sexta-feira, na Sala Paulo VI, informa o ‘Vatican News’.

Segundo o prefeito do Dicastério para a Comunicação foi lançado um apelo para “ajudar os jovens, num Médio Oriente que sangra”, para não perderem a esperança “e não terem como única perspetiva de futuro a dor ou deixar o país”.

O presidente da Comissão para a Informação dos Sínodo dos Bispos disse também nesta Congregação Geral (15ª) partilharam “alguns testemunhos muito fortes, apaixonados, profundos”, de lugares de guerra ou de sofrimento, “como o Médio Oriente, a Ucrânia, a Amazónia”, “vozes” que foram aplaudidas fraternalmente por toda a Assembleia Sinodal.

Paolo Ruffini informou também que nos pronunciamentos na Sala Paulo VI foi abordada em particular “a questão do discernimento das relações decisórias na relação entre autoridade e corresponsabilidade”, assinalou-se que a sinodalidade “não elimina, mas contextualiza a autoridade”.

A prioridade é a escuta recíproca de todos, “a começar por aqueles que acreditam não poder ser acolhidos na Igreja ou a quem foi dito que não pertencem à Igreja”: “Os migrantes que pertencem a outras religiões”, os pobres, as pessoas com deficiência, os povos indígenas, sobre as pessoas LGBTQ foi recordado o dever de acolher e “rejeitar qualquer tipo de violência contra elas”.

Foto Vatican Media

O prefeito do Dicastério para a Comunicação referiu que outro ponto relevante abordado nas intervenções foi a “comunhão com o Papa”, e, concluiu, que comunhão é a melhor mensagem ao mundo dividido entre a polarização, xenofobia e guerra.

A secretária da Comissão para a Informação, Sheila Pires, destacou que, entre os temas abordados na Sala, está o do papel da mulher e das mulheres consagradas, o clericalismo regressou ao centro da reflexão, recomendaram uma formação permanente que permita também enfrentar a questão dos abusos, a missão na era digital foi novamente proposta nas intervenções e outro ponto comum a reafirmação da missão da Igreja ao serviço dos pobres, indica o portal de informação do Vaticano.

Também participaram no briefing, o cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, arcebispo de Huancayo (Peru) e presidente da Conferência Eclesial da Amazónia, que afirmou que “não” estão a inventar “nada”, este Sínodo dos Bispos “foi preparado durante dois anos” e estão “a recolher o que o Espírito Santo disse à Igreja”.

O bispo de Essen, D. Franz-Josef Overbeck, falou sobre o caminho sinodal da Igreja Católica na Alemanha, entre 2018 e 2022: “A razão pela qual iniciamos este percurso foi o grande número de casos de abuso no país”.

E D. Jean-Marc Eychenne, bispo de Grenoble-Vienne (França), explicou que a diocese tem um milhão de pessoas e destacou a importância da corresponsabilidade, que significa viver “uma verdadeira experiência sinodal”, quando chega um “novo pároco” realizam “o ritual do lava-pés, para sublinhar que ele é um servidor”, e adiantou que nas pequenas equipas diocesanas incluem “uma mulher que ocupa o cargo de vigária geral”.

A presidente do maior grupo de religiosos católicos do mundo, a Conferência dos Religiosos da Índia, com mais de 130 mil membros, a irmã Maria Nirmalini, superiora geral das Irmãs do Carmelo Apostólico disse que quando regressar leva “algo que não terminou, o caminho sinodal é um processo permanente que continuará”, e salientou que em cada momento de partilha, de oração pela paz, pelos migrantes e refugiados, são “todos membros da família de Deus”.

CB

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Agência ECCLESIA

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