Sínodo: «Temos esperança que essa mudança nos conduza a uma Igreja mais autêntica e comprometida com os últimos», afirmam movimentos de Ação Católica Especializada

LOC/MTC E HOAC encontraram-se em Espanha, onde abordaram também a situação geopolítica dos países e a guerra

Espanha, 08 abr 2024 (Ecclesia) – A Executiva Nacional da Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos de Portugal e a Comissão Permanente da Irmandade Operária de Ação Católica (HOAC, sigla em espanhol) reuniram-se, em Plasencia, Espanha, onde manifestaram “esperança” pelo processo sinodal em curso.

Os movimentos de Ação Católica Especializada acreditam que “a Igreja está a viver um momento histórico com o processo sinodal”, que impele “a uma maior corresponsabilidade e a trabalhar pela igualdade das mulheres no seio da Igreja no reconhecimento da dignidade comum dos batizados e batizadas, a abrir-se a um maior diálogo com o mundo, a crescer em proximidade, em simplicidade e no compromisso com a realidade”.

“Temos esperança que essa mudança nos conduza a uma Igreja mais autêntica e comprometida com os últimos”, desejam os movimentos de Ação Católica Especializada, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O encontro, de 4 a 6 de abril, foi uma oportunidade para abordar uma série de temas, nomeadamente “a situação sociopolítica de ambos os países, a preocupação com o crescimento das desigualdades, o empobrecimento, a falta de emprego digno e a situação dos direitos laborais e sociais”.

Segundo explicam, esta é uma preocupação “que se estende também ao futuro do trabalho imposto pelas novas tecnologias e pela precariedade, já que tudo isto impede muitas pessoas de desfrutar de uma vida digna”.

A “situação de guerra e a normalização da inumanidade” foram assuntos trazidos à discussão, bem como a “a ascensão da extrema-direita em diferentes países, o que significa um aumento de políticas contrárias à fraternidade e propensas a promover o ódio e a divisão entre diferentes povos”.

“Perante isto, afirmámos a importância das organizações locais, políticas e sindicais que criam consciência e articulam a participação e o compromisso pessoal, reafirmando a democracia e o papel fundamental das instituições na mesma”, destacam.

Sobre o Movimento de Trabalhadores Cristãos Europeus e o Movimento de Trabalhadores Cristãos, os dois movimentos no encontro concordam em “continuar a reforçar as suas tarefas ao nível Europeu e Mundial”, aumentar as relações, também com os outros movimentos, e a sua “corresponsabilidade, para que se tornem um ponto de referência para os movimentos operários e cristãos nos seus vários domínios”.

“Partilhámos os atuais reptos políticos e sociais e os desafios para os nossos movimentos e, perante estes, reafirmamos o nosso compromisso pessoal e comunitário com a classe trabalhadora”, salientaram.

“Damos prioridade à formação militante como base da nossa missão; trabalhamos para alargar os nossos movimentos e tornar mais profunda a nossa encarnação no mundo do trabalho, especialmente com os trabalhadores que estão nos sectores menos reconhecidos da sociedade”, sustentaram.

Na comunicado, os movimentos de Ação Católica Especializada adiantam que, no decurso desta jornada de trabalho, conheceram algumas das realidades eclesiais em que estão presentes, como a “Pastoral Operária” e a iniciativa “Igreja pelo trabalho digno”.

“Apreciámos especialmente a experiência motivadora de criação de uma associação de moradores num bairro de exclusão e o testemunho da HOAC de Plasencia, que nos acolheu com carinho”, expressaram.

De acordo com os movimentos, “esta partilha de experiências e de tarefas” contribui para reforçar os laços, estar mais atentos uns aos outros para melhor cumprir a missão e dessa forma comprometerem-se a “cuidar do trabalho para cuidar da vida”.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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