Sínodo/Sinodalidade: «Vai ter continuidade no sentido em que o Papa também o desejou», salienta vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa

D. Virgílio Antunes refere que quem vai ao jubileu «tem muito gosto de encontrar o Santo Padre, sinal visível da unidade»

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Fátima, 29 abr 2025 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) destacou a importância da presença do Papa nos processo e celebrações, mas salientou que o processo sinodal da Igreja Católica e o Ano Santo 2025 “não se reduz à figura” do pontífice.

“Há esse sentido da continuidade que, eu tenho a certeza, vai ter também continuidade no sentido em que o Papa o desejou, e vemos que tem um acolhimento generalizado por parte do povo de Deus, por parte dos féis”, disse D. Virgílio Antunes, à Agência ECCLESIA, esta segunda-feira em Fátima.

O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o processo sinodal em curso, convocado pelo Papa Francisco, assinalou que, “naturalmente, deve continuar a ter os seus desenvolvimentos”, como aconteceu com outros sínodos na História da Igreja, e, sobretudo, com os Concílios da Igreja, “que não foram acontecimentos só de um período, nem foram de uma pessoa, foram da Igreja”.

Sobre a Igreja Católica em Portugal, “concretamente nas dioceses”, D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, observa que não são, “porventura, muito efusivos nas manifestações”, mas, em todas as dioceses estão “a fazer um trabalho que é profundo, que é sério, que vai dar, e que já está a dar muitos frutos a partir do documento final”.

“Tendo em conta as fases anteriores, que foram muito importantes, nalguns casos foram até mais importantes do que o próprio documento final do Sínodo, porque deram às pessoas, concretamente, uma metodologia e um sentido do que é sermos Igreja Povo de Deus, em que podemos ouvir-nos, escutar-nos e colaborar uns com os outros na edificação desta Igreja”, acrescentou.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

D. Virgílio Antunes sublinha que o processo dedicado à sinodalidade “é um percurso a ter continuidade” e lembra a “nova fase da implementação”, que foi definida pelo Secretariado-Geral do Sínodo dos Bispos, “ainda com a aprovação do Papa Francisco”.

A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos lançou “um caminho de acompanhamento e avaliação da fase de implementação” do processo sinodal e convocou uma Assembleia Eclesial, no Vaticano, em outubro de 2028.

“O Papa quando convoca um sínodo ou qualquer outro grande acontecimento ou grande evento da história e da vida da Igreja, naturalmente é uma pessoa,  é um cristão. O Papa tem um ministério e um serviço único no contexto da Igreja, mas não é uma questão pessoal, é uma questão eclesial.”

O Papa Francisco faleceu aos 88 anos de idade, após mais de 12 anos de pontificado, no dia 21 de abril, na sequência de um AVC, na Casa de Santa Marta, no Vaticano; a “Missa exequial pelo Romano Pontífice Francisco” realizou-se na manhã de sábado, 26 de abril, na Praça de São Pedro.

O Papa Francisco proclamou também o Ano Santo 2025, o jubileu dedicado à esperança, o bispo de Coimbra refere que “a figura do Papa tem uma relevância muito grande na realização de um jubileu”, e quem vai a Roma, naturalmente, “espera, gosta, deseja ter um contato com o Papa ao nível das celebrações, dos eventos”, mas o jubileu também “não se reduz à figura do Papa”.

“Nós desejamos que, dentro do tempo útil e necessário, venha a ser ultrapassada, como aliás está previsto, e que não ponha em causa esta torrente de graças que a Igreja quer oferecer aos fiéis, sentindo-se mandatada e administradora de um conjunto de graças e dons”, referiu o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

D. Virgílio Antunes salientou que a figura do Papa, “naturalmente, faz muita falta”, porque as pessoas também são comunidade, são sociedade, têm “sentimentos, relações”, e quem vai a Roma gosta de passar a porta do jubileu,  de ir a uma celebração, “tem muito gosto de encontrar o Santo Padre como sinal visível da unidade de todos”.

A Conferência Episcopal Portuguesa está reunida em Assembleia Plenária, até quinta-feira, dia 1 de maio, na Casa de Nossa Senhora das Dores do Santuário de Fátima.

CB

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