Augusta Delgado diz que conclusões do processo lançado pelo Papa se devem aplicar a cada comunidade
Lisboa, 24 fev 2025 (Ecclesia) – Augusta Delgado, membro da Comissão Sinodal Diocesana de Setúbal, considera que o processo sinodal que decorreu entre 2021 e 2024 tem de ser “aplicado de acordo com as necessidades de cada comunidade”.
“O Sínodo não aconteceu para ficar agora publicado num livro e depois numa estante, ficou para, efetivamente, ser a Igreja que está aberta para tudo e dialogar com todos”, disse à Agência ECCLESIA.
O cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, escreveu à diocese uma nota convidando à concretização do processo sinodal e anunciou encontros durante os meses de fevereiro e março para dar a conhecer o documento final do Sínodo dos Bispos dedicado à sinodalidade porque o tempo presente “desafia as comunidades” a “ajudar a concretizar” as diretivas, realçou o padre José Pinheiro, membro desta comissão diocesana.
O desafio do bispo de Setúbal passa por uma organização, “de forma muito presencial e muito local”, na promoção de encontros semanais em cada uma das vigararias, até ao final de março, “para se estar próximo das pessoas” através “da escuta partilhada e do diálogo partilhado”.
“Este desafio a uma conversão primeiramente espiritual para depois conseguirmos chegar à concretização na sua forma organizacional, nas tomadas de decisões, nos diferentes níveis de decisão da Igreja”, sublinhou o padre José Pinheiro.
As comunidades pedem que o documento final do Sínodo dos Bispos “não fique num simples documento”, mas que sejam delineadas “ações concretas de aplicação” que o documento “apresenta como propostas”, realça Augusta Delgado.
A questão da formação dos conselhos pastorais “mais abertos a toda a comunidade” e a “possibilidade da escuta de quem está fora da Igreja foi um passo muito grande que já foi dado”, salientou.
Como cada comunidade “é única”, as aplicações têm de ser aplicadas de acordo com a necessidade de cada uma.
“Não teremos receitas, teremos sim uma história da comunidade e um caminho a ser feito em cada realidade”, esclareceu.
Para o diretor do Departamento da Juventude da Diocese de Setúbal, Vasco Gonçalves, o desafio sinodal é não ficar “só pelas quatro paredes da Igreja”, mas um “processo de abertura, escuta, encontro e diálogo” com jovens de vários quadrantes.
“Temos tido a preocupação de contactar com realidades juvenis, movimentos, associações que estão fora da Igreja, de ouvir e ter algumas reuniões com eles, de conhecer também as suas realidades”, avançou o responsável da pastoral juvenil diocesana.
Há necessidades que “são comuns” àquilo que “são os jovens da Igreja, mas há outras preocupações que estes jovens que estão fora da Igreja têm”, frisou.
“Este caminhar juntos é, se temos preocupações partilhadas, se temos desejos de mudança partilhados, muitas vezes não sabemos é porque não nos conhecemos, mas temos que promover esse encontro”, afirmou Vasco Gonçalves, em entrevista ao Programa ECCLESIA, emitido esta segunda-feira na RTP2.
O responsável do departamento realça que “este cuidado” de envolver outros jovens pretende “criar aqui pontes e relações para projetos até futuro”.
“As decisões que são tomadas vão ser decisões de acordo com a realidade de cada um e não com tudo igual, tudo a funcionar do mesmo modo”.
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