Sínodo: Reafirmar a Família enquanto «dom e compromisso»

Bispo de Leiria-Fátima falou sobre a assembleia extraordinária que decorre em Roma

Leiria, 06 out 2014 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima abordou este domingo o Sínodo dos Bispos que está a decorrer em Roma, subordinado aos desafios da Igreja Católica diante da Família, tema que vai marcar também o novo ano pastoral na diocese.

Apesar do foco mediático estar centrado em “questões fraturantes” como a situação dos divorciados ou recasados, o encontro no Vaticano tem como base uma reflexão bem mais abrangente, frisou D. António Marto.

Segundo o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, em cima da mesa está sobretudo a vontade da Igreja Católica em reafirmar a importância da Família enquanto “dom e compromisso, quer para a realização das pessoas, dos casais e dos filhos, quer depois para a missão na sociedade”.

Os trabalhos sinodais pretendem também reforçar a “vocação” de cada pessoa “para o amor” e mais especificamente a “beleza e dignidade do amor matrimonial, à luz do Evangelho”.

Depois, “à luz” destas premissas, “o Sínodo vai debruçar-se também sobre as situações difíceis” que marcam hoje o quotidiano das famílias.

“Todos somos humanos, pecadores, ninguém é perfeito e por vezes há matrimónios, projetos de família que fracassaram e sobre os quais é preciso também lançar um olhar de misericórdia, como diz o Papa, mostrar como o Senhor está perto também dos corações feridos”, sustentou D. António Marto.

O prelado sublinhou a necessidade da Igreja Católica “cuidar” das pessoas que enfrentaram situações de separação, de quebra dos laços familiares, “ajudando-as a cuidarem das suas feridas, a caminharem na fé e a integrarem-se na comunidade católica, dentro das possibilidades e limitações que as novas situações criaram”.

“Tudo isto vai ser aprofundado com aquela paciência e criatividade que é própria da Igreja”, referiu o bispo de Leiria-Fátima, reforçando o mote que o Papa deixou na missa de abertura do Sínodo.

“Podemos frustrar o sonho de Deus, se não nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo. O Espírito dá-nos a sabedoria, que supera a ciência, para trabalharmos generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade”, disse Francisco durante a eucaristia que marcou o início dos trabalhos da terceira assembleia extraordinária de bispos.

D. António Marto recordou que “não é a primeira vez que a Igreja se sente diante de problemas concretos e para os quais tem de encontrar sempre uma solução” só que “não com a pressa que os media gostariam de ver”.

A participarem nos trabalhos em Roma, até 19 de outubro, estão 253 pessoas, entre cardeais, bispos – incluindo D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa -, religiosos, peritos, casais e representantes de outras Igrejas.

HM/JCP

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