Participantes sublinham necessidade de criar cultura de escuta e inclusão
Cidade do Vaticano, 16 out 2023 (Ecclesia) – D. Zdenek Wasserbauer, bispo auxiliar de Praga, disse hoje aos jornalistas que os trabalhos da assembleia sinodal estão atentos aos vários problemas da Igreja e da sociedade, sem “excluir ninguém”.
“Procuramos estar de coração aberto a todas as dores de cada grupo e pessoa, neste mundo”, sublinhou o responsável checo, um dos participantes no briefing diário.
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos decorre de 4 a 29 de outubro, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.
“Há lugar para todos na Igreja, como o Papa sublinhou em Lisboa. Há lugar para todos na Igreja”, insistir D. Zdenek Wasserbauer.
O responsável rejeitou que a assembleia se esteja a debruçar sobre “decisões específicas”, no futuro imediato.
“O Sínodo procura falar de todas as dores que se encontram no mundo de hoje, na Igreja de hoje, de forma muito equilibrada”, sustentou.
Os jornalistas ouviram ainda o padre Vimal Tirimanna, religioso redentorista do Sri Lanka, que se mostrou “cada vez mais otimista” com o decorrer da assembleia.
“Este processo sinodal não é uma agenda privada do Papa Francisco”, mas uma consequência da “eclesiologia do Concílio Vaticano II”, sustentou o professor de Teologia Moral.
“Posso assegurar-vos que todos estão incluídos”, acrescentou o especialista.
O participante no processo sinodal do continente asiático pediu que a imprensa não tente “isolar” temas, em resposta a uma questão sobre as pessoas homossexuais, precisando que “a Igreja não tem apenas questões com as pessoas LGBTQ”.
Os trabalhos, indicou o religioso, visam “criar uma cultura de inclusão, através da sinodalidade”.
“Se levarmos a sério a Igreja universal, que está em todo o mundo, temos de lançar uma fundação sólida, que inclua os interesses de todos”, observou.
O padre Vimal Tirimanna também sublinhou que, mais do que respostas a questões concretas, o Sínodo procura criar cultura de escuta e inclusão, oferecendo às comunidades católicas a “firme fundação do estilo sinodal de vida”.
“A inclusão é o tema por trás de todos os outros temas”, indicou.
A irmã Patricia Murray, secretária-executiva da União Internacional das Superioras Gerais (U.I.S.G.), comentou o facto de ter sido escolhida pelo Papa para a Comissão do Relatório de Síntese.
“Foi uma honra e uma surpresa”, indicou a religiosa irlandesa do Instituto da Bem-aventurada Virgem Maria (Irmãs do Loreto), para quem estas nomeações são “simbólicas”, mostrando “o desejo da participação de mulheres nas tomadas de decisão”.
A responsável destacou a necessidade de formar para um “estilo de vida” sinodal, nas comunidades católicas.
Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé) adiantou que os dois bispos chineses presentes na assembleia vão regressar ao seu país, esta terça-feira, devido a “exigências pastorais”.
OC