Trabalhos terminaram hoje, no Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal
Torres Vedras, 04 dez 2016 (Ecclesia) – A assembleia sinodal do Patriarcado de Lisboa terminou hoje e os participantes destacam a vontade de mudar saída dos trabalhos que decorreram no Centro Diocesano de Espiritualidade e que vai estar expressa no documento final.
“Fica a certeza de que tudo o que se disse é importante, tudo o que está escrito é importante. As palavras têm uma força enorme mas têm de passar a atitudes, a gestos que têm de se concretizar, em mudanças de vida, de atitude”, disse Isabel Figueiredo à Agência ECCLESIA, que acompanhou o final da assembleia sinodal.
Para a entrevistada, que participou nos trabalhos, “não se pode dizer” que a assembleia sinodal terminou, antes que foi um “ponto-chave” em todo o processo do caminho que o Patriarcado de Lisboa está a fazer desde 2014.
“Abre novas perspetivas. Agora temos de pôr mãos à obra e trabalhar. Há confiança, sinto que é possível”, destacou.
Os 137 elementos da assembleia sinodal – bispos, padres, diáconos, leigos, consagrados – estiveram reunidos durante quatro dias, desde quarta-feira, na Casa de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras, “perfeitamente integrados”, como comprovou o decorrer dos trabalhos de grupos.
“Toda a gente disse o que pensava, sentia, gostava. Há muito realismo e estamos conscientes que é uma seara enorme”, disse Isabel Figueiredo, acrescentando que a dimensão da família deveria estar mais “estar presente”, uma vez que só havia um casal a acompanhar o sínodo.
Para Teresa Quintela De Brito a caminhada sinodal “começou agora”, sendo preciso “repensar as estruturas” depois de “definir muito bem os caminhos”.
A entrevistada da Vigararia 2 destacou da assembleia o trabalho de equipa com “muita autenticidade, entusiamo, grande desejo de mudar e grande preocupação pela família e presença da Igreja junto das famílias”.
Jorge Sá Nogueira, da comunidade Verbum Dei de Lisboa e da Paróquia Campo Grande, leva da assembleia sinodal a “alegria e esperança” que encontrou em muitas pessoas “comprometidas”.
“Tivemos um trabalho com muitas sensibilidades, onde as pessoas tiveram oportunidades de dizer o que pensam, o que intuem, o que o Senhor chama a dizer”, recorda.
O também membro do Conselho Pastoral Diocesano observou que o documento final do sínodo, que foi aprovado ponto por ponto, este sábado, traduz essas “várias sensibilidades e inquietações”, onde o essencial “é a vontade de renovar a Igreja de Lisboa”, a ação missionária e a forma como chega “aos outros”.
Por sua vez o jurista Pedro Vaz Patto considera que a assembleia sinodal foi uma experiência de “Igreja comunhão” que serve de “luz para o futuro”, para tudo aquilo que se fizer a partir de agora.
“É neste âmbito de Igreja comunhão, de partilha, diálogo, comunhão de dons, também das nossas diferenças, que encaramos este desafio que é o sonho missionário de chegar a todos”, explicou o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz.
Manuel Albuquerque da ‘Missão País’ sentiu que falaram “muito dos jovens”, mas depois “não ficou muito concretizado qual era a pastoral e o que se iria fazer”.
A representar o projeto católico de universitários, Manuel Albuquerque assinala que era importante terem conhecido outras realidades juvenis na assembleia e leva consigo a perceção que “na diocese se querem ouvir os leigos”.
O encerramento solene do Sínodo Diocesano é celebrado na Solenidade da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro, às 15h30, na igreja do Mosteiros dos Jerónimos, numa cerimónia com ordenações diaconais.
HM/CB