Sínodo lança 53 propostas

Homilias, diálogo com outras religiões, liturgia e estudo do texto bíblico entre as principais preocupações da assembleia sinodal São já conhecidas as 53 propostas (propositiones) que a XII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos vai apresentar a Bento XVI, no final dos trabalhos sinodais. A votação das mesmas acontece no dia 25, Sábado. Apresentadas na 21ª Congregação Geral do Sínodo, as propostas destinam-se a todos os católicos, convidados a ter em sua posse uma cópia da Bíblia. Uma palavra particular é deixada aos estudiosos do texto bíblico. Os exegetas, é dito, “devem ter em conta, como teólogos, que a Palavra tem uma dimensão ulterior que não pode ser esgotada com a mera pesquisa filológica, histórico-crítica, mas que exige um outro itinerário, uma outra aproximação que está no espírito de Deus, ou seja, a aproximação teológica em sentido estrito”. Num olhar mais virado para o interior, deseja-se que “os fiéis cresçam na consciência acerca da Palavra de Deus, da sua força salvífica” e também que a Igreja reforce a sua vocação missionária. São depois examinados alguns “horizontes” significativos para a Palavra de Deus, tema central deste Sínodo. Na liturgia, em particular, é pedido que se faça sempre “ressoar a Bíblia a partir da homilia”, deixando em aberto a criação de um “directório homilético”. Ainda neste campo, foi proposto que a Sagrada Escritura ocupe um lugar visível nas Igrejas e que o papel dos leitores seja estudado e aprofundado, olhando também para as novas técnicas da comunicação e para o uso de instalações sonoras adequadas. Uma palavra especial é deixada ao papel da mulher, não só na família e na catequese, mas também na proclamação da palavra bíblica. Na linha do que vem sendo defendido nos trabalhos da assembleia sinodal, as propostas abordam o tema do ecumenismo e, em seguida, lembram os cristãos que “perderam não só as suas raízes cristãs, mas também as dimensões que podem enriquecer as suas vidas”. Os padres sinodais deixam também o voto de que a Bíblia seja “o grande texto da cultura laica”. As propostas defendem a importância do diálogo com os judeus “a partir da plataforma do Antigo Testamento” e com os muçulmanos, “centrado no elemento comum do único Deus”. Em situações de conflitos étnicos e de tensões inter-religiosas, é pedido o empenho dos católicos na construção de “pontes de diálogo para construir uma sociedade mais harmoniosa”. Uma atenção particular é dedicada aos pobres, aos marginais e aos deficientes, para que “a inculturação da Bíblia toque todos os povos da terra”. As propostas não esquecem a importância da ecologia, pedindo que seja promovida “com base na Palavra de Deus, num compromisso pela salvaguarda da criação”. FOTO: Osservatore Romano

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