Cidade do Vaticano, 09 out 2014 (Ecclesia) – D. Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado da assembleia do Sínodo dos Bispos, afirmou que a Igreja não discute a “indissolubilidade do matrimónio” e que “não faz discriminação de pessoas”, mas não “aprova as uniões homossexuais”.
“É claro que a Igreja não faz discriminação de pessoas, sabemos que em muitos países a união homossexual é vista como estável mas a Igreja não equipara essa união estável ao casamento, como a Igreja o entende embora respeita essas pessoas e não faz discriminação”, explica o cardeal brasileiro à Rádio Vaticano.
Um dos três presidentes-delegados da assembleia destacou também que a Igreja está “unânime” na “indissolubilidade do matrimónio”, uma verdade “fundamentada no Evangelho” e na tradição da Igreja.
“No Sínodo não estamos a discutir a indissolubilidade do matrimónio, porque para todos nós, para a Igreja, é um ponto sobre o qual não se abre a mão”, observou.
Outro assunto importante, segundo D. Raymundo Damasceno Assis, são os casais que não conseguiram realizar o seu “projeto de vida” no primeiro casamento e se divorciaram ou recasaram, para os quais não pode haver “uma norma geral” mas “um olhar de compreensão, de misericórdia e de aproximação”.
O cardeal reafirma que os padres sinodais são unânimes sobre o casamento ser “indissolúvel”, porque “o sacramento entre batizados é realmente uma união válida”, mas comenta que pode haver “posições diferentes” sobre a forma de “tratar estes casos especiais”.
Segundo este responsável, os trabalhos do Sínodo estão a realizar-se “num clima de muita abertura, diálogo e tranquilidade entre os participantes” onde apresentam a sua opinião de acordo com “a sua realidade, sejam os bispos como “os demais membros do Sínodo”.
Nesse sentido, D. Raymundo Damasceno Assis considera que os participantes falam com a liberdade que o Papa Francisco pediu no início desta terceira assembleia extraordinária, que começou no dia 5 de outubro e termina a 19.
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