Membro da equipa sinodal da CEP apresenta, em conjunto com o secretário e porta-voz da instituição, a iniciativa que decorre este sábado, em Fátima
Lisboa, 09 jan 2025 (Ecclesia) – Anabela Sousa, da equipa sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), afirmou que o Encontro Sinodal nacional, que se realiza no sábado, em Fátima, visa a partilha das realidades diocesanas quanto ao Sínodo, de forma a encontrar objetivos comuns para a Igreja em Portugal.
“Esse é o objetivo principal, é que na escuta atenta do espírito e uns dos outros, todos convocados, enfim, bispos, padres, leigos, todos na diversidade das suas vocações, ministérios, possamos partilhar aquilo que são as realidades das nossas dioceses e depois sair dali com objetivos comuns para a Igreja em Portugal”, afirmou, em entrevista ao Programa Ecclesia, transmitido hoje na RTP2.
O Encontro Sinodal nacional, cuja realização foi anunciada no final da 210ª Assembleia Plenária da CEP, a 14 de novembro, tem inscritas 280 pessoas, incluindo mais de 20 bispos, que vão refletir sobre o Documento Final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e a Sinodalidade e a sua aplicação prática no seio das comunidades.
“Que não seja um evento que aparece e vamos, realizamos e fica acabado, mas que seja um acontecimento que vai continuar e depois também nas dioceses e também nos grupos e a nível também da Conferência Episcopal”, deseja o padre Manuel Barbosa, secretário e porta-voz da CEP.
O entrevistado explica que o encontro vai decorrer no modelo sinodal, contando com uma introdução que vai apresentar brevemente o Documento Final do Sínodo, que depois será trabalhado em grupos de reflexão e, num momento mais longo, em grupos de método sinodal, “na escuta do espírito e também da escuta uns dos outros”.
“É um método que não é novo, mas o Papa Francisco e o Sínodo relançou e que procura que nós escutemos outros e o espírito para depois assumirmos algumas conclusões e concretizações deste mesmo Sínodo nas dioceses”, salientou.
Sobre a aplicação dos documentos e o risco de se ficar apenas na reflexão, Anabela Sousa aponta que “é sempre um dos grandes receios” passar do papel à prática, defendendo que este é um processo, com vária fases e que é necessário “ter alguma calma” e “alguma tranquilidade para implementar todas as mudanças no horizonte da renovação que se pretende para a Igreja”.
“Creio que [caminho] estéril não, porque já há mudanças que se têm vindo a traduzir mesmo desde o início do processo e isso sente-se no seio das comunidades”, realçou.
O padre Manuel Barbosa defendeu que a formação, que é a base de tudo, continua e que o documento final tem 10 grupos que prosseguem a trabalhar durante 2025.
“A receção do sínodo ainda leva tempo, é um processo que não é lento, é um processo que é urgente”, indica, acrescentando que o “processo formativo é importantíssimo e está presente no documento final”.
A Igreja católica celebra este ano o Jubileu 2025, centrado na temática da esperança, que, segundo o secretário da CEP, vai “dar uma aportação importante para o processo sinodal”.
“Pode haver algum receio que tantos eventos jubilares abafem todo esse processo sinodal. Não, é por isso que nós temos de continuar esse processo sinodal e nesse processo sinodal celebrar este grande acontecimento que é o Jubileu de 2025”, destacou.
A XVI Assembleia Geral do Sínodo, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro de 2024, teve como tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’; o processo lançado pelo Papa começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021, e a primeira sessão sinodal decorreu em outubro de 2023.
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