«Grupos de co-responsabilidade» formados em todas as paróquias são «essenciais» para promover «participação»
A participação de todos os católicos no sínodo diocesano vai ser “o grande desafio” que a Comissão Preparatória desta assembleia “vai tentar resolver”, admitiu o bispo de Viseu à Agência ECCLESIA.
O processo, que arranca a 10 de Outubro e se prolonga até 2015, foi antecedido pela formação de “grupos de co-responsabilidade” nas paróquias e arciprestados, que segundo a Carta Pastoral de D. Ilídio Leandro sobre o Sínodo, “devem sentir-se promotores” da criação de equipas de “reflexão e de trabalho”.
O processo de constituição destes grupos, “essenciais para o Sínodo” por assumirem a missão de “moderadores e catalisadores da participação”, foi “o grande trabalho do Plano Pastoral dos últimos três anos”, referiu o prelado.
Os “grupos de co-responsabilidade” são constituídos por fiéis comprometidos em três áreas: formação (onde se inclui, por exemplo, a catequese), liturgia (abrangendo as dimensões da oração e celebração da fé) e caridade (Pastoral Social).
Além de coordenarem ou terem um papel de relevo naqueles sectores, a maior parte das pessoas que integram aqueles grupos pertencem aos Conselhos Pastoral e Económico de cada comunidade da diocese, tendo sido escolhidas directamente pelo pároco.
“O meu desejo é que o Conselho Pastoral seja fomentador de equipas correspondentes às áreas de representatividade dos seus membros”, explicou D. Ilídio Leandro.
“Por exemplo, um Conselho que tenha 20 elementos poderia constituir 20 grupos, dado que cada pessoa está naquele órgão como delegada de uma estrutura eclesial ou de uma zona geográfica da diocese”, acrescentou.
A diocese prevê a utilização de “elementos de sensibilização” que animem o interesse dos fiéis.
Além do lema – «Em Comunhão para a Missão» – está a ser ultimado o símbolo do Sínodo, assim como cartazes e orações específicas para grupos de catequese e adolescentes, famílias, idosos e doentes.
O bispo de Viseu sublinha a importância da participação dos leigos no itinerário sinodal, numa diocese de 260 mil habitantes e 128 sacerdotes: “A Igreja hoje não é mais a ‘Igreja-padres’, não é mais a ‘Igreja-hierarquia’, mas sim a ‘Igreja-povo de Deus’”.
“Os sacerdotes, que são em número reduzidíssimo, têm o seu papel importante, mas a Igreja é constituída por todos os baptizados, muitos deles que deixaram de praticar e são possivelmente indiferentes ou distanciados”, acrescentou o prelado.
D. Ilídio Leandro quer também motivar a participação de pessoas afastadas das celebrações e estruturas eclesiais: “Iremos ver a forma mais prática de os abordar”.
O prelado lembrou que esta aproximação não será uma novidade: o estudo sócio-religioso feito pela diocese em 2009 procurou saber junto de personalidades sem ligação à Igreja “o que é ela lhes diz” e o que é que elas lhe querem dizer”.
De acordo com a Carta Pastoral sobre o sínodo, entre 2010 e 2013 a diocese de Viseu vai reflectir sobre os temas “Que Igreja somos?”, “Em que mundo estamos?” e “Que desafios e prioridades?”.
Os sínodos diocesanos são assembleias consultivas cujas decisões só podem ser publicadas com a autorização do prelado diocesano.