Iniciativa vai reunir responsáveis diocesanos a 11 de janeiro de 2025
Fátima, 14 nov 2024 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou hoje a realização de um encontro nacional para debater as conclusões da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, com responsáveis das várias dioceses.
“A Assembleia decidiu realizar um encontro nacional dirigido aos membros dos Conselhos Pastorais Diocesanos e às equipas sinodais de cada diocese, que terá lugar em Fátima a 11 de janeiro de 2025, e que será organizado pela Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa em colaboração com as pessoas de contacto das equipas sinodais diocesanas”, indica o comunicado final da 210ª Assembleia Plenária, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.
A assembleia sinodal, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.
Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018).
Os bispos católicos de Portugal analisaram este processo sinodal, “considerando que deve continuar nas Igrejas locais para que a sinodalidade se torne efetiva no seio das comunidades e se traduza numa oportunidade de diálogo com o mundo”.
D. Virgílio Antunes, vice-presidente da CEP e um dos delegados do episcopado na Assembleia Sinodal, explicou que o encontro visa ser um primeiro momento de “divulgação”, reunindo membros do “órgão mais representativo da participação e corresponsabilidade”, na vida das dioceses.
“A perspetiva é alargada”, acrescentou o bispo de Coimbra, valorizando a perspetiva de continuidade deste Sínodo, com “marcas de escuta, de abertura, de ouvir todas as frentes”. “A sinodalidade e o Sínodo continuam”, apontou. |
A CEP anunciou que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado (16 a 18 de junho de 2025) se dediquem à “sinodalidade no seio da Conferência Episcopal, de forma a aprofundar o espírito sinodal e prosseguir um caminho de aperfeiçoamento nos seus processos de atuação”.
Ainda relativamente ao documento final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, a CEP decidiu abordar o tema dos Seminários numa próxima assembleia plenária, “no que diz respeito à formação e ao estilo de sacerdote, tendo em conta os desafios e as mudanças do mundo”.
O comunicado final apontou ainda à abertura oficial do Jubileu de 2025, com o tema ‘Peregrinos de Esperança’, com partilha de iniciativas celebrativas das dioceses e dos Institutos de Vida Consagrada, deixando votos de que “este seja um tempo transformador dentro da Igreja”.
Ficou ainda previsto um momento de celebração comum para todos os bispos de Portugal, a realizar em Fátima, em data a definir.
A CEP, entidade representativa da Igreja Católica em Portugal, foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999, 2005 e 2023.
A Assembleia Plenária é o órgão colegial máximo da CEP.
OC
Durante os trabalhos desta semana, a Assembleia recebeu a direção da Federação Portuguesa pela Vida, “a fim de tomar nota da situação referente ao processo legislativo em curso sobre o aborto e a eutanásia”.
A CEP manifestou a sua “profunda preocupação pelas propostas legislativas que procuram limitar a objeção de consciência dos médicos e demais profissionais de saúde”. “A Assembleia reafirma que a vida humana é inviolável, um dom inestimável que tem de ser liminarmente defendido em todas as suas fases”, indica o comunicado final. O presidente da CEP sublinhou que os princípios da Igreja Católica sobre estas matérias são conhecidos, apelando à defesa da objeção de consciência. “Quando desaparecer esse princípio, receio muito pelos valores da democracia e da liberdade de expressão”, disse D. José Ornelas. O bispo de Leiria-Fátima considerou ainda “preocupante ver a cegueira ideológica e negacionista” sobre as alterações climáticas e apelou à inclusão dos migrantes, na sociedade portuguesa. “Estamos sempre a falar de seres humanos e é essa globalidade das coisas que é importante”, sustentou. |