Sínodo: Comunhão a divorciados que voltaram a casar continua a dividir participantes

Relatórios dos grupos linguísticos mostram reservas e remetem decisão para situações pontuais

Cidade do Vaticano, 16 out 2014 (Ecclesia) – Os relatórios dos grupos linguísticos do Sínodo dos Bispos, publicados hoje pelo Vaticano, revelam as reservas dos participantes na assembleia extraordinária sobre o acesso à Comunhão de divorciados que voltaram a casar.

A proposta de um itinerário de “penitência” para estas pessoas, que dominou o debate mediático no período anterior ao Sínodo 2014, foi debatida pelos vários ‘círculos menores’ (três em inglês, três em italiano, dois em francês e dois em espanhol), nos quais há posições favoráveis à não admissão aos sacramentos, para não mudar a “doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio”.

Outro grupo, com a mesma posição, recorda a importância da “união com Cristo através de outros meios”, como a ‘comunhão espiritual’, e uma das propostas recorda a “doutrina constante da Igreja” sobre estes casos, que deve ser aplicada com “um olhar renovado de compaixão e de misericórdia”.

Além das opiniões que consideram “vinculante” a atual disciplina da Igreja Católica, outros participantes dizem que é necessário um maior estudo do “fundamento teológico” para permitir qualquer mudança.

Um dos grupos italianos critica a “pressa” de chegar a conclusões com base em “perspetivas unilaterais”, sem “a necessária base histórica e teológica”.

Outros grupos, no entanto, abrem a porta a uma alteração que passaria pela admissão de divorciados em segunda união aos sacramentos “em circunstâncias particulares” e com “condições precisas”, numa “ótica de compaixão e misericórdia”, valorizando “o significado da Eucaristia como sacramento para o crescimento na vida cristã”.

Os relatórios aludem aos processos jurídicos de nulidade matrimonial, pedindo a sua simplificação para que se decida com maior rapidez sobre os casos duvidosos.

Vários participantes apelam à criação de “comissões interdisciplinares” que possam estudar os temas mais delicados e apresentem propostas na assembleia geral ordinária do Sínodo que vai decorrer em outubro de 2015.

Falando da Igreja como uma “casa acolhedora para todos”, os ‘círculos menores’ pedem clareza na linguagem para evitar confusões, dando como exemplo a reflexão sobre a ‘lei da gradualidade’, que a maioria convidou a deixar de lado no relatório final.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top