«Continuam a ser fiéis que Deus quer salvar através da Igreja», frisa D. António Vitalino
Beja, 08 out 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja dedicou a sua mais recente nota semanal aos desafios pastorais levantados pelas famílias, no âmbito do Sínodo dos Bispos que está a decorrer em Roma e que é dedicado a esta temática.
No texto enviado à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino vai ao encontro de problemáticas como a situação dos “recasados” dentro da Igreja Católica e do apoio que é necessário prestar, de uma forma mais efetiva, aos casais para que o seu projeto de amor não esmoreça diante dos “obstáculos” do caminho.
O prelado alentejano sublinha, no caso das pessoas que tiveram de “refazer” a sua vida conjugal, que a prioridade deve passar por uma perspetiva mais “inclusiva”.
D. António Vitalino recorda que existem muitas outras formas da Igreja Católica integrar os recasados, “para além da comunhão” ou da “missão de padrinhos” de batismo, que não podem atualmente desempenhar.
“A riqueza da graça de Deus, do seu amor salvífico, não se confina só a isso. Os batizados recasados não são excluídos nem excomungados. Continuam a ser fiéis que Deus quer salvar através da Igreja”, aponta o responsável católico.
No que diz respeito aos casais, o bispo de Beja defende a necessidade da Igreja Católica os ajudar no seu percurso, desde o início, desde o tempo de namoro, mobilizando para isso “casais e famílias” mais “experientes”.
“É necessário ter equipas de casais, que ajudem a concretizar este projeto” e que sejam “apoiadas pois desempenham um papel muito importante na pastoral da família”, advoga o prelado.
Ainda neste âmbito, D. António Vitalino alerta para a importância de “divulgar bem os cursos” de preparação para o matrimónio “programados ao longo do ano e não condescender com pressas de alguns noivos, pois a pressa é sempre má conselheira”.
As estruturas eclesiais, presentes nas dioceses e paróquias, têm ainda de “descobrir estratégias” que permitam à Igreja estar mais presente junto das famílias e ajudá-las a “superar” as dificuldades.
O bispo de Beja dá como exemplo os “gabinetes de apoio familiar” que têm sido constituídos, “com casais experientes em várias áreas”.
“Para eles devemos orientar os casais e famílias com sinais de alguma crise, para que possam ser ajudados. Isto exige muita atenção de todos os agentes pastorais, para não deixar isso apenas aos advogados e psicólogos”, complementa.
D. António Vitalino conclui a sua reflexão mostrando-se esperançado de que o Sínodo dos Bispos traga “inspiração” à Igreja e permita “ enriquecer a sua ação” no meio de todos aqueles que estão a procurar viver o seu projeto de família.
JCP