Sínodo: arcebispo pede anulação total da dívida externa de África

Débito dos países africanos é nova forma de escravidão: «É pesado demais para nós, para o nosso povo!»

O Sínodo africano deve pedir o cancelamento total da dívida externa da África. A proposta é do arcebispo emérito de Abidjan, Costa do Marfim. Para o Cardeal Bernard Agre, suprimir pura e simplesmente o montante em débito, incluindo os juros, não seria um acto de caridade, mas de justiça.

“Nós já pagamos! Porquê continuar a pagar? A quem devemos dar mais dinheiro? É pesado demais para nós, para o nosso povo!”, afirmou.

O cardeal acredita que a cobrança desta dívida, enorme e impossível de pagar, é uma maneira de os credores retirarem aos africanos as suas riquezas naturais. De acordo com D. Bernard Agre, a lógica das entidades a quem são devidos os empréstimos e os juros é esta: “Se não podem pagar com dinheiro, que nos dêem o petróleo”.

Para o prelado, “estamos diante de um contrato injusto: pode dizer-se que estes países tornaram-se prisioneiros do dinheiro: é uma escravidão moderna. De acordo com os economistas, para cada dólar recebido em empréstimo pela África, o continente deve restituir oito”.

Como exemplo, referiu o seu país, onde a dívida compromete 40% do orçamento. “Logo, não há verbas para a educação, para a saúde e para o desenvolvimento: assassinaram a nossa nação”, lamentou.

Com Rádio Vaticano

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