Membro da Comissão do Patriarcado de Lisboa destaca processo de receção deve prestar «atenção às realidades locais»

Lisboa, 01 abr 2025 (Ecclesia) – A Comissão Sinodal do Patriarcado de Lisboa está a reunir-se regularmente para estudar o documento final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e “crescer na receção” das suas linhas orientadoras.
“É muito bonito, porque se fala de um processo de receção, mas que tenha atenção às realidades locais. E isto foi uma preocupação desde o início, sempre concretizando a partilha e o diálogo nas Igrejas e em toda a Igreja”, disse Fátima Salgueiro à Agência ECCLESIA.
A entrevistada, que integra Comissão Sinodal do Patriarcado de Lisboa, explica que este organismo está a a dinamizar duas iniciativas para preparar a receção do documento final do Sínodo dos Bispos dedicado à sinodalidade: a primeira, a nível interno, estão a estudar o documento, para “crescer na receção”, e um ciclo online, “para poder abranger mais pessoas”.
“Acredito que as pessoas e as comunidades foram tocadas. Naturalmente, estamos a viver o jubileu e é preciso conciliar as iniciativas, mas uma coisa não separa da outra”, realçou Fátima Salgueiro.
A Comissão Diocesana para a caminhada sinodal do Patriarcado de Lisboa está a realizar um ciclo de cinco sessões para viver a fase de receção do Sínodo dos Bispos, intitulado ‘Diálogos sobre o Sínodo dos Bispos – A propósito do Documento final’, na plataforma zoom, à terça-feira, pelas 21h15, até maio.
A organização diocesana convidou teólogos, pastoralistas, jornalistas e um bispo para refletir sobre este documento do magistério, e começou com “mais de 150 participantes”.
O segundo encontro realiza-se hoje, dia 1 de abril, e tem como oradora Rita Palhinha Carvalho, do gabinete de comunicação da Companhia de Jesus, sobre a II Parte do documento; as próximas sessões do ciclo ‘Diálogos sobre o Sínodo dos Bispos – A propósito do Documento final’ realizam-se nos dias 8 de abril, 6 e 20 de maio.
Fátima Salgueiro salientou que o que se pretende, “e o Papa é muito claro no documento, é manter viva a chama”, e adiantou que após esta sequência de sessões online vão realizar “a terceira Assembleia Diocesana presencial”.
“O caminho não acabou, continuaremos, nós na nossa diocese, certamente noutras dioceses, ao longo de 2027, a nível diocesano e a nível mais geral, a manter viva a chama e a ser capaz de fazer isto, que é ver com toda a realidade o que fomos capazes de acolher e o que ainda precisa de mais trabalho”, acrescentou no Programa ECCLESIA, transmitido esta terça-feira, na RTP2.
A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos lançou “um caminho de acompanhamento e avaliação da fase de implementação” do processo sinodal, no dia 15 de março, e convocou uma Assembleia Eclesial, para outubro de 2028, no Vaticano; uma iniciativa aprovada pelo Papa Francisco, no dia 11 de março.
“Em pleno estado de debilidade e internado, o Papa aprova este percurso de acompanhamento de 3 anos, que irá permitir, mais uma vez, uma maturação e uma recessão deste documento final”, observou Fátima Salgueiro, lembrando o mais recente internamento de Francisco no Hospital Gemelli (Roma), acrescentando que este caminho é “num sentido positivo, ver o que é que correu bem, certamente, uma avaliação à luz do espírito”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o coordenador do processo sinodal no Patriarcado de Lisboa, o cónego Rui Pedro Carvalho, salientou que o documento final é um apelo “à conversão pessoal, das relações e dos processos”, e que os diálogos online surgiram para conhecerem o documento, “arriscar, renovar e converter os processos”.
O Papa Francisco afirmou que “a conclusão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos não põe fim ao processo sinodal”, numa “nota de acompanhamento” do documento final, publicada a 25 de novembro de 2024, onde sublinha o seu valor como “magistério” pontifício e a necessidade de implementação nas comunidades católicas.
A XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que se realizou em duas sessões – a segunda de 2 a 27 de outubro de 2024, e a primeira em outubro de 2023, sob a presidência do Papa, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, em 2021.
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