Sínodo 2024: Participantes debatem e propõem alterações ao documento final

Trabalhos da segunda sessão entram na reta final

Foto: Vatican Media

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 22 out 2024 (Ecclesia) – Os participantes na segunda sessão da Assembleia Sinodal, que decorre até domingo no Vaticano, estão a debater e a propor alterações ao documento final deste encontro.

Segundo o prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé), Paolo Ruffini, os grupos linguísticos e também os participantes, a título individual, podem apresentar até amanhã “propostas concretas de modificação ao texto que se encontram a debater desde segunda-feira.

Cada proposta vai ser debatida individualmente e precisa de maioria absoluta para aprovação.

Segundo os responsáveis pela comunicação no Sínodo, as intervenções de hoje abordaram o papel das mulheres e dos jovens, bem como a rejeição da guerra.

O encontro diário com os jornalistas contou com a presença do cardeal Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo.

“Fomos convocados não para resolver problemas particulares, mas para imaginar uma nova forma de ser Igreja. O Sínodo não se desviou do objetivo que se tinha proposto, lançando um fundamento: a partir dele, regressando cada um à sua casa, assim como na Igreja universal, devemos aplicar este espírito de sinodalidade a todos os problemas que se colocam”, sustentou o presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar.

D. Andrew Nkea Fuanya, arcebispo de Bamenda, nos Camarões, deixou votos de que todos os participantes sejam “embaixadores ativos” da sinodalidade.

Já o o bispo de Essen, na Alemanha, D. Franz-Josef Overbeck, disse que é preciso “evangelizar de novo”, perante o afastamento das pessoas, na Europa, e “dar uma nova resposta sobre o papel da mulher na Igreja”.

O responsável explicou que na sua diocese, devido à presença de padres que, chegam de outros países e não sabem falar alemão, as mulheres estão encarregues da “pregação”, bem como, por vezes, de dirigir “serviços religiosos com crianças”.

A assembleia sinodal, que decorre até 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

Esta sessão da Assembleia Sinodal tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

A eles somam-se, sem direito a voto, 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

Na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018), sobre o Sínodo dos Bispos, o Papa Francisco sublinha que “à celebração da Assembleia do Sínodo, deve seguir-se a fase da sua aplicação, com a finalidade de iniciar em todas as Igrejas particulares a receção das conclusões sinodais”.

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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