Organismo «deseja viver numa Igreja Sinodal», onde todos os batizados se sintam membros ativos
Setúbal, 03 jan 2025 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Setúbal (CDJP) considera que “seria muito útil e adequado serem retomadas” as assembleias diocesanas que funcionaram nos primeiros anos desta diocese, após reflexão sobre o documento final do Sínodo dos Bispos.
“A Comissão está particularmente atenta às referências, reflexões e orientações sobre os temas dos Direitos da Pessoa Humana, da Justiça, da Paz, da Pobreza e da Doutrina Social da Igreja, emanadas das conclusões do Sínodo e que constituem as principais obrigações e compromissos assumidos pela CDJP que deseja viver numa Igreja Sinodal, onde todos os batizados se sintam membros ativos”, explica o organismo da Diocese de Setúbal, na reflexão assinada pela presidente da CDJP, Elsa Regina Torres e Melo, e publicada online.
A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Setúbal explica que os seus membros leram e refletiram o documento final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, aprovado no dia 26 de outubro de 2024, no Vaticano.
O Papa Francisco promulgou esse documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal – algo que acontece pela primeira vez, mas que corresponde à possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018), do atual Papa, sobre o Sínodo dos Bispos.
Num “espírito de comunhão com todos os membros da Igreja”, a CDJP de Setúbal partilhou a sua reflexão e incentiva a que todas as pessoas o façam para que possam “ser uma igreja de comunhão, participação e evangelização”, e destacou sete pontos do documento final.
“Interpelam a desenvolver todos os esforços para denunciar todas as situações geradoras de sofrimento humano, particularmente as que resultarem de atropelos à justiça e violação dos Direitos Humanos e promover reflexão e iniciativas na defesa e promoção dos mais pobres, frágeis e vítimas de injustiças e qualquer forma de violência”, explica.
A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Setúbal, a partir dos números destacados do documento final – ponto 2; 19.1; 41; 48; 51; 77; 151 – considera que “seria muito útil e adequado serem retomadas” nesta Igreja local as Assembleias Diocesanas que “funcionaram nos primeiros anos da Diocese”, presididas pelo bispo, onde participavam padres, diáconos, religiosos e leigos eleitos nas paróquias e movimentos.
“Expressamos a vontade de contribuir para uma Igreja no caminho e vivência da Sinodalidade, numa opção preferencial pelos pobres, em diálogo com outras religiões, organizações e movimentos sociais pela dignidade da pessoa humana, pela justiça, pela paz, por uma sociedade inclusiva e por uma ecologia integral”, assinala a CDJP de Setúbal, na reflexão sobre o Sínodo dos Bispos publicada, esta quinta-feira, dia 2 de janeiro, na página na internet da diocese sadina.
A assembleia sinodal, cuja segunda sessão decorreu em outubro de 2024, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo realizou-se em outubro de 2023.
O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
CB
Documento Final da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos