Sínodo 2021-2024: Vaticano divulgou metodologia de trabalho que vai oferecer ao Papa um documento final

«Não constitui o ponto final do processo sinodal, mas reúne a orientação da Assembleia, que é transmitida ao Santo Padre, a quem cabe decidir como relançá-lo a toda a Igreja», assinala a Secretaria-Geral do Sínodo

Foto: Ricardo Perna

Cidade do Vaticano, 16 set 2024 (Ecclesia) – A Santa Sé promoveu hoje uma conferência de imprensa de apresentação da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, onde divulgou a metodologia de trabalho, de 2 a 27 de outubro, no Vaticano.

“Todo o processo do Sínodo 2021-2024 é guiado por uma pergunta fundamental: “como se realiza hoje, a diversos níveis (do local ao universal), aquele ‘caminhar juntos’ que permite à Igreja anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada; e que passos o Espírito convida a dar para crescer como Igreja sinodal?”, explica a Secretaria-geral do Sínodo, na informação enviada aos jornalistas.

O Instrumento de Trabalho (Instrumentum Laboris) da segunda sessão recolhe e apresenta sinteticamente o fruto da consulta promovida pelo documento até outubro de 2024 “concentrando-se em particular na pergunta”: ‘Como ser uma Igreja sinodal em missão?’; a tarefa desta sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, é concluir o discernimento e oferecer o resultado ao Papa “no Documento Final”.

Os trabalhos da Assembleia Sinodal vão ser divididos em “cinco Módulos” e cada um inclui sessões em Assembleia Plenária, Congregações Gerais, e em Grupos de Trabalho; os primeiros quatro módulos têm um “foco temático específico” – o módulo introdutório “dedicado ao tema proposto na Secção Fundamentos”, os três seguintes abordam “o tema proposto nas Secções Parte 1/Relações; Parte 2/Caminhos e Parte 3/Lugares – e o módulo conclusivo é a “discussão e aprovação” do documento final desta XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Cada um dos quatro primeiros módulos terá a mesma estrutura: breve apresentação do tema pelo relator-geral; duas sessões dos Grupos de Trabalho, dedicadas ao “estudo aprofundado” do tema; três Congregações Gerais (duas para o Módulo de Fundamentos) para discutir o tema a partir dos Grupos de Trabalho; uma sessão dos grupos é para elaborar o resumo que será entregue à secretaria-geral.

O trabalho do ‘Módulo conclusivo’ é organizado a partir da apresentação de um ‘Projeto de Documento Final’, que será discutido na Congregação Geral e sobre o qual os Grupos de Trabalho vão formular “emendas”, texto que é “apresentado à Assembleia Plenária para aprovação”.

Os grupos de trabalho, com 10 a 12 pessoas, são formados pela Secretaria-geral “com base nas preferências de idioma” e terão duas configurações, uma para os módulos ‘Fundamentos’ e ‘conclusivo’, e outra para os três módulos centrais, para permitir interação com “um grande número de participantes”, e aprofundar o “discernimento juntos por mais tempo”.

O trabalho dos grupos em cada módulo prevê três sessões, é estruturado no método da ‘Conversação no Espírito’ e os participantes vão “tomar a palavra”, “dar espaço para o Outro” e “construindo juntos”; no final, os representantes dos 36 Grupos de Trabalho reúnem, “dividindo-se em cinco Mesas Linguísticas” (inglês, italiano, francês, espanhol e português e animados “por um Facilitador”, têm “um Perito em teologia”, e vão “elaborar um breve relatório síntese” para apresentar na Congregação Geral seguinte, com as principais questões a discernir.

Nas Congregações Gerais são ouvidos os relatórios das Mesas Linguísticas e, no processo de discernimento conduzido pela Assembleia, “são os momentos que mais representam e fazem experimentar a universalidade e a catolicidade da Igreja”; na última Congregação Geral de cada um dos Módulos 2-3-4, há um tempo para “intervenções livres sobre toda a parte do IL em discussão”.

“O Documento Final não constitui o ponto final do processo sinodal, mas reúne a orientação da Assembleia sobre os temas abordados, que é transmitida ao Santo Padre, a quem cabe decidir como relançá-lo a toda a Igreja, abrindo a fase que a Constituição Apostólica Episcopalis communio chama ‘de aplicação’”, realçam.

CB/PR

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