Sínodo 2021-2024: Processo lançado pelo Papa oferece «instrumento para enfrentar as grandes questões», diz relator-geral

Cardeal Jean-Claude Hollerich pede debate «sem polarizações», elogiando criação de grupos de trabalho com a Cúria Romana

Foto: Ricardo Perna

Fátima, 21 fev 2024 (Ecclesia) – O relator-geral da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos defendeu que o processo lançado pelo Papa, em 2021, oferece à Igreja um “instrumento” para enfrentar as questões que se levantam, na atualidade.

“A sinodalidade dará à Igreja um instrumento para enfrentar as grandes questões que se colocam, de uma forma serena, sem polarizações”, disse à Agência ECCLESIA o cardeal Jean-Claude Hollerich.

A segunda sessão desta assembleia sinodal vai decorrer de 2 a 27 de outubro, mas o arcebispo do Luxemburgo sublinha que o processo “não vai acabar em outubro”, dando como exemplo a recente decisão do Papa, que criou grupos de estudo sobre os temas propostos pela primeira sessão sinodal, em outubro de 2023, envolvendo dicastérios da Cúria Romana, sob a coordenação da Secretaria-Geral do Sínodo.

“De facto, os grupos de estudo vão continuar. Eles vão apresentar relatórios ao Sínodo, é claro, porque fazem parte da vontade dos participantes no Sínodo”, indica o relator-geral.

Estes grupos integram teólogos, canonistas e os organismos competentes, na Cúria Romana.

“Não são propriamente temas para a sessão de outubro, são temas muito importantes que têm a ver com a sinodalidade, mas que não são centrais para a sinodalidade e que temos de estudar primeiro”, precisa o cardeal Hollerich.

É um momento muito frutuoso, com muita reflexão. O que é novo é que estes grupos de estudo, mesmo que sejam teólogos, mesmo que sejam canonistas e cardeais, têm de discutir de uma forma sinodal e têm de respeitar o que o povo de Deus disse”.

A XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos tem como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

O Vaticano apresentou em dezembro de 2023 um conjunto de orientações para os meses que precedem a segunda sessão da assembleia sinodal, apelando à mobilização das comunidades católicas.

“A bola foi lançada de novo para o lado das conferências episcopais, que têm até 15 de maio para escrever ao Secretariado sobre como nos podemos tornar uma Igreja sinodal, em missão. E o que é que isto significa em termos de estrutura?”, observa o cardeal Hollerich.

O arcebispo do Luxemburgo admite que, nesta fase dos trabalhos, “o tempo é muito curto”.

“Na minha diocese, entrei em contacto com todos os conselhos que estão a rezar e a refletir sobre esta questão”, exemplificou.

O cardeal Jean-Claude Hollerich está em Fátima, desde segunda-feira, para orientar o retiro de Quaresma dos bispos portugueses, que decorre até sexta-feira.

“Apresento algumas meditações sobre os Evangelhos, para conhecer melhor Jesus, para poder segui-lo melhor, com a tónica na misericórdia, uma das conversões que o Papa nos pede. A outra é conversão para uma Igreja sinodal”, conclui.

OC

Sínodo 2024: Sessão conclusiva vai decorrer de 2 a 27 de outubro

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Agência ECCLESIA

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