D. José Ornelas participou na primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, que decorreu no Vaticano
Fátima, 13 nov 2023 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje que o processo sinodal em curso, por iniciativa do Papa, representa uma “experiência sem precedentes”, falando da experiência na primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária.
“Em muitos aspetos, foi uma experiência sem precedentes e portadora de transformação e esperança. Desde logo, porque pela primeira vez, homens e mulheres, em razão do seu batismo e independentemente da função hierárquica que têm na Igreja, foram convidados a sentarem-se ao redor de mesas fraternas, para participarem não só nos debates, mas também nas votações desta Assembleia do Sínodo.”, indicou D. José Ornelas, no discurso de abertura da 208ª Assembleia Plenária do episcopado católico, em Fátima.
Entre os dias 4 e 29 de outubro, decorreu no Vaticano a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, que vai continuar, em 2024, por decisão do Papa Francisco.
“O debate sobre uma Igreja saudavelmente descentralizada implicou temas como a renovação do serviço da autoridade, o discernimento em comum, as oportunidades de participação e crescimento, num verdadeiro exercício de sinodalidade que permitiu e continuará a permitir refletir – com coragem e paciência – sobre as reformas institucionais necessárias ao crescimento do Povo de Deus”, observou o bispo de Leiria-Fátima.
O presidente da CEP, que representou a Igreja portuguesa nesta sessão, juntamente com D. Virgílio Antunes, vice-presidente do organismo episcopal, saudou o caminho aberto desde 2021, “feito de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus, sem excluir ninguém, todos guiados pelo Espírito Santo”.
“Este Sínodo será avaliado com base nas mudanças percetíveis que dele resultarão. Mas essas mudanças não se limitam ao reduzido número de assuntos que podem ocupar os debates nos ambientes da Igreja e em toda a sociedade, nomeadamente através dos meios de comunicação social”, admitiu o responsável.
Esses não sairão de cima das mesas, mas a nossa atenção centra-se em questões mais abrangentes e estruturantes que visam, não apenas esses temas, mas sobretudo a mudança de atitudes, de modos de ‘ser Igreja’, com a participação e a corresponsabilidade de todos os batizados, numa Igreja sinodal e missionária, mais ao jeito de Jesus”.
O bispo de Leiria-Fátima convidou todos a estar “acima dos interesses, das ideologias e dos partidarismos”, considerando que se vive “uma etapa importante da fidelidade na escuta da voz de Deus, para enfrentar os complexos desafios com que se defronta a Igreja em todo o mundo”.
Para D. José Ornelas, uma Igreja em conversão renovadora “não é uma Igreja em rutura com o seu passado e a sua história”.
“Ao longo dos séculos, a Igreja não só foi acompanhando a evolução da história e da sociedade, mas foi, ela própria, promotora de mudança, pois essa é a sua missão. E o sentido da fidelidade a essa missão sempre levou a encontrar novas formas de se organizar e novas formas de comunicar, para ser fiel ao mandato de levar o Evangelho a cada língua, povo e nação”, precisou.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
A Conferência Episcopal Portuguesa está reunida até quinta-feira, em Fátima, para a sua 208.ª Assembleia Plenária, que vai abordar a situação social do país, entre outros temas.
No final dos trabalhos, decorre uma conferência de imprensa, pelas 15h00, no Centro Pastoral Paulo VI.
OC