Processo lançado pelo Papa em outubro decorre a nível local, até agosto
Cidade do Vaticano, 07 fev 2022 (Ecclesia) – O Vaticano informou hoje, em comunicado, que 98% das Conferências Episcopais – entre elas a Portuguesa – responderam ao pedido de nomeação de uma pessoa ou equipa de ligação para acompanhar o processo sinodal lançado pelo Papa em outubro.
A informação foi avançada, em comunicado de imprensa, após uma reunião do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos.
“Cerca de três meses após a abertura do processo sinodal, o Conselho Ordinário expressou grande satisfação com o progresso do processo a nível local. 98% das Conferências Episcopais e sínodos das Igrejas Orientais de todo o mundo nomearam uma pessoa ou uma equipa inteira para implementar o processo sinodal”, pode ler-se na nota, enviada à Agência ECCLESIA.
Os responsáveis da Santa Sé falam numa “miríade de iniciativas” para promover a consulta e o discernimento eclesial, pedidos pelo Papa, com testemunhos e recursos publicados online.
O percurso para a celebração do Sínodo está dividido em três fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023, passando por uma fase diocesana e outra continental, que dará vida a dois instrumentos de trabalho diferentes distintos, antes da fase definitiva, ao nível mundial.
A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco; a fase diocesana foi prolongada até 15 de agosto de 2022, permitindo mais quatro meses de auscultação e mobilização das comunidades locais.
O Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos admite que, neste momento, “as modalidades de consulta e a participação” variam de uma região do mundo para a outra, com mais “alegria e entusiasmo” em vários países de África, América Latina e Ásia.
O comunicado observa que o processo sinodal é entendido por muitos como “um momento crucial” para a Igreja, apesar de algumas dificuldades e resistências.
“Assinalam-se de facto o medo e a reticência entre alguns grupos de fiéis e entre o clero. Existe também uma certa desconfiança entre os leigos que duvidam que o seu contributo venha realmente a ser tido em conta”, pode ler-se.
A Santa Sé assinala que, além do impacto negativo da pandemia, o processo tem enfrentado desafios ligados à “necessidade de formação”, à autorreferencialidade, à pouca participação de jovens e pessoas que vivem à margem das instituições da Igreja.
A novidade do processo sinodal suscita, certamente, muita alegria e dinamismo, mas também um certo número de incertezas que precisam de ser enfrentadas”.
A Secretaria-Geral do Sínodo está a preparar uma nota para a preparação dos “relatórios” pelas dioceses e conferências episcopais, pedindo que estes sejam “fruto de um processo espiritual e de trabalho de equipa”.
As respostas recolhidas por cada diocese podem ser enviadas para Roma e devem ser entregues à respetiva Conferência Episcopal até agosto de 2022, para uma síntese nacional.
Na Alemanha, o “Caminho Sinodal” da Igreja Católica teve, este sábado, a sua terceira assembleia plenária, que aprovou três documentos: “Fundamentos teológicos do caminho sinodal”, “Poder e separação de poderes na Igreja” e “Envolvimento dos fiéis na nomeação do bispo diocesano”.
Em cima da mesa estão, entre outros, textos sobre o diaconado feminino e o celibato obrigatório para os padres diocesanos.
OC
Um Roteiro em 10 passos para a fase diocesana do Sínodo
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