Padre Dário Bossi participa nos trabalhos no Vaticano e dá conta da necessidade de «sair da prisão dos modelos mentais»
Lisboa, 18 out 2019 (Ecclesia) – O padre Dário Bossi, provincial dos missionários combonianos no Brasil, que está a participar no Sínodo dos Bispos para a região pan-amazónica, afirma que as respostas pastorais para trabalhar na Igreja estão na “presença relacional das pequenas comunidades”.
“É preciso costurar com paciência as respostas que não ousamos hoje e elas chegam da sabedoria do bem viver de outros povos que nos podem ajudar a encontrar uma forma diferente de organizar o nosso mundo. É na força das comunidades locais, a capacidade de inculturação, a pastoral da presença e o tecido relacional das pequenas comunidades que se costura o novo”, afirmou o missionário, que periodicamente enviada uma crónica para a rede de rádios da Amazónia, a que a Agência ECCLESIA teve acesso.
A completar a segunda semana de trabalho no Sínodo da Amazónia, o padre Dário Bossi afirma que o “esqueleto” começa a ganhar forma após as apresentações de propostas dos 12 grupos linguísticos, chamados de grupos menores, que necessitam ser discernidas.
“Não podemos oferecer soluções como retalhos ou domesticação do conflito, mas precisamos transbordar, o que significa sair das bordas para procurar respostas fora dos esquemas sempre repetidos”, indica.
O religioso destaca que o caminho para responder “às emergências globais, crise climática e ambiente” se encontra “nas pequenas comunidades amazónicas” e no seu modo de viver.
“Temos de ousar sair da prisão dos modelos mentais que temos construído até agora. As respostas surgem nas nossas fronteiras”, sublinha.
Desde o dia 6 de outubro foram escutadas 290 intervenções no Sínodo para a Amazónia.
“Completa-se a segunda semana e ainda ressoam as palavras do Papa como um enigma e o desafio para sair do óbvio e do mecânico como respostas práticas e pragmáticas”, recorda o padre Dário Bossi.
O Sínodo especial para a Amazónia, convocado pelo Papa Francisco, decorre até 27 de outubro, no Vaticano, com a participação dos bispos católicos da região, de representantes indígenas, convidados e especialistas.
LS