Cidade do Vaticano, 22 out 2019 (Ecclesia) – As organizações que integram a ‘Amazónia – Casa Comum’, instituições católicas presentes no Sínodo especial que decorre no Vaticano, denunciaram, em comunicado, atos de violência e racismo contra os povos indígenas, em Roma.
“Lamentamos profundamente e, ao mesmo tempo, denunciamos que nos últimos dias fomos vítimas de atos de violência que refletem intolerância religiosa, racismo e atitudes vexatórias que afetam principalmente os povos indígenas”, refere o texto, divulgado online esta segunda-feira.
A tomada de posição acontece depois do roubo de três estatuetas, que representavam mulheres indígenas grávidas, na igreja de Santa Maria em Traspontina, a poucos metros do Vaticano – onde outros objetos da Amazónia são exibidos, por ocasião do Sínodo especial para a região; as esculturas em madeira foram atiradas ao Tibre.
As estatuetas foram alvo de críticas de alguns grupos católicos, que as consideram um símbolo pagão.
“Alertamos que estes atos podem ser repetidos ou subir de tom”, advertem os representantes da ‘Amazónia – Casa Comum’, que reúne mais de 30 instituições católicas de vários países da América e da Europa.
“Não vamos responder a essas atitudes de violência e na fidelidade evangélica reconhecemos e respeitamos a diversidade noutras expressões do encontro com Cristo”, acrescenta o comunicado.
A iniciativa ‘Amazónia – Casa Comum’ procura “acompanhar espiritualmente o Sínodo, partilhar realidades e tornar visível a experiência da ecologia integral, inserida nas aldeias e nos habitantes da região”.
A nota conclui-se com um apelo a manter “o compromisso e a esperança pela defesa da vida e da Amazónia”.
Respondendo a um jornalista durante o briefing desta segunda-feira, o prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé), Paolo Ruffini, considerou que o roubo das imagens “contradiz o espírito de diálogo que deve sempre animar todos”, acrescentando que tal ato “fala por si só”.
OC