Sínodo 2019: Evangelização implica «defesa da vida» e do ambiente – D. Teodoro M. Tavares (c/áudio)

Bispo cabo-verdiano é missionário na Amazónia há mais de 20 anos

Cidade do Vaticano, 10 outu 2019 (Ecclesia) – O bispo cabo-verdiano D. Teodoro Mendes Tavares, missionário na Amazónia há mais de 20 anos, disse à Agência ECCLESIA que a Igreja Católica tem de assumir “defesa da vida” e do ambiente, naquela região.

“A evangelização implica a defesa da vida – a vida das pessoas, a ecologia humana – e também a defesa do meio ambiente”, referiu o responsável pela diocese brasileira de Ponta de Pedras, no Estado do Pará, Arquipélago de Marajó.

O missionário espiritano, de 55 anos, é um dos participantes no Sínodo especial para a Amazónia que decorre no Vaticano, até 27 de outubro, por iniciativa do Papa Francisco.

“A Amazónia é uma realidade complexa, multiétnica, multicultural, diria também multirreligiosa. É um território de missão, naturalmente constatamos a falta de missionários qualificados”, assinala o entrevistado.

Para D. Teodoro Mendes Tavares, a assembleia sinodal tem de ser “voz e a vez dos povos da Amazónia”, uma região que enfrenta desafios como a falta de políticas públicas na saúde e na educação, além da “questão ambiental”.

“É bom que se diga também que há muitas coisas boas, graças a Deus. Nós queremos ser profetas de esperança e não propriamente da desgraça”, acrescentou o bispo de Ponta de Pedras.

O responsável elogia a sensibilidade do Papa com a Amazónia, “uma área muito sensível”, e a sua preocupação ecológica, partilhada pelos bispos desta “periferia do mundo”.

Dói-nos na alma ver, muitas vezes, essa floresta em chamas, isso é triste, é lamentável. Todos nós temos a responsabilidade de cuidar do planeta, da casa comum, e concretamente da Amazónia, da sua floresta. Todo o mundo precisa da Amazónia e a Amazónia também precisa de todo o mundo”.

D. Teodoro Mendes Tavares chegou ao Brasil há 24 anos, sendo enviado para a parte ocidental da Amazónia, mais concretamente o Estado do Amazonas, onde esteve em missão durante 16 anos na prelazia do Tefé, antes de ser nomeado bispo pelo papa Bento XVI como novo bispo auxiliar de Belém do Pará, na Amazónia, Brasil, em 2011; quatro anos depois, o Papa Francisco nomeou-o bispo de Ponta de Pedras.

“Tem sido uma experiência muito interessante, muito gratificante, exercer o meu ministério como bispo, servindo a Igreja, numa realidade desafiadora”, relata.

Questionado sobre as reções ao anúncio deste Sínodo, em 2017, o religioso diz que foi “uma surpresa muito agradável, realmente, as pessoas vibraram de alegria”, falando, agora, num momento de “grande responsabilidade”.

“O nosso foco principal deve ser a evangelização, a partir de Jesus Cristo, da Palavra de Deus, porque sem a Palavra de Deus não se pode evangelizar”, aponta.

D. Teodoro Mendes Tavares nasceu na Calheta de S. Miguel Arcanjo, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, a 7 de janeiro de 1964, e foi membro da província portuguesa dos Missionários do Espírito Santo.

OC

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Agência ECCLESIA

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