Sínodo 2015: Trabalhos decorrem de forma «aberta»

Participantes sublinham tensão entre defesa da doutrina e diálogo com a sociedade

Cidade do Vaticano, 06 out 2015 (Ecclesia) – O arcebispo Claudio Maria Celli, presidente da Comissão para a Informação do Sínodo dos Bispos, disse hoje aos jornalistas que “o panorama está totalmente aberto” em relação ao resultado dos trabalhos da assembleia sobre a família.

O membro da Cúria Romana, onde preside ao Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, respondeu a uma pergunta sobre a questão do acesso à Comunhão dos divorciados recasados.

“O discurso está aberto”, assinalou, em conferência de imprensa, antes de elogiar o “ambiente de Igreja universal” que se vive no Sínodo, contrário a qualquer espírito de “gueto”.

Outro dos participantes no Sínodo que falou hoje aos jornalistas foi D. Paul-André Durocher, arcebispo de Gatineau, Canadá, o qual admitiu que existe “diferença de opiniões” sobre se a Comunhão aos divorciados recasados é uma questão de “doutrina” ou de “disciplina” da Igreja Católica.

“É um tema importante, muito importante, mas o Papa lembrou-nos que é um tema entre muitos”, acrescentou.

O responsável assumiu que os debates têm abordado a clivagem entre o “ensinamento” da Igreja e o mundo, procurando promover um diálogo que chegue às pessoas, com outra linguagem, sem desvirtuar a doutrina.

Um dos participantes sublinhou esta tensão ao afirmar: “Se abrirmos a porta, os lobos podem entrar no rebanho”.

A conferência de imprensa contou com os responsáveis pela informação em várias línguas, incluindo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Os trabalhos têm procurado sublinhar a “beleza” do casamento e da família, incluindo propostas para um tempo mais alargado de preparação para o matrimónio, e não apenas nas situações ditas irregulares ou de falhanço.

Vários participantes da América Latina alertaram para “pressões económicas” que pretendem impor princípios da “ideologia do género”, que consideram as exigências do matrimónio cristão como um peso.

O padre Lombardi precisou que entre os temas abordados nas reuniões gerais, desde segunda-feira, estiveram a imigração, as dificuldades da Igreja no Oriente, a violência doméstica e social, em particular sobre as mulheres, a exploração juvenil e a pobreza.

Alguns dos membros aludiram à possibilidade de recorrer à absolvição geral (a terceira forma do Rito da Penitência), como complemento à confissão individual, durante o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016).

OC

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Agência ECCLESIA

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