Sínodo 2015: Patriarca sírio fala em «inferno» das famílias cristãs no Médio Oriente

Inácio Youssif III Younan condena «oportunismo económico» do Ocidente

Cidade do Vaticano, 08 out 2015 (Ecclesia) – O patriarca sírio Inácio Youssif III Younan denunciou hoje no Vaticano o “inferno” da perseguição religiosa contra cristãos no Médio Oriente, criticando o “oportunismo económico” do Ocidente.

“Sentimos que fomos esquecidos, mesmo traídos pelos países ocidentais”, referiu.

O responsável falava na conferência de imprensa de acompanhamento do Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorre até 25 de outubro, no dia em que jihadistas revelaram ter decapitado três cristãos em Kahbur, Síria.

O patriarca siro-católico, que reside no Líbano, admitiu que os cristãos estão “alarmados”, referindo-se a uma “provação catastrófica” para as famílias, que fazem “todos os possíveis para sair do inferno, particularmente do Iraque e da Síria”.

“Estamos verdadeiramente impotentes diante desta situação trágica”, acrescentou, lamentando em particular a saída dos jovens.

D. Inácio Youssif III Younan lamentou a indiferença perante os “ataque terroristas” do autoproclamado Estado Islâmico

“Os cristãos são perseguidos, são raptados, temos presentemente centenas de pessoas sequestradas”, precisou.

Para o responsável, vive-se um “fenómeno catastrófico” que vai afetar os cristãos “durante muito, muito tempo”.

Nesse contexto, reforçou as suas críticas à “política de oportunismo económico” das potências ocidentais.

“Chega deste oportunismo, é preciso fazer de tudo para devolver a paz e a estabilidade”, apelou.

O Papa Francisco cumprimentou esta quarta-feira no Vaticano 32 refugiados iraquianos que conseguiram chegar à Suécia, em fuga da violência no seu país.

O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, revela que o grupo estava acompanhado pelo padre Rami Alkabalan, do Patriarcado de Antioquia dos sírios, junto de 50 voluntários do corpo italiano de socorro da Ordem de Malta, que participaram em ações de acolhimento dos migrantes no Mediterrâneo.

A situação das famílias cristãs no Médio Oriente, afetadas pelos conflitos na Síria e no Iraque, bem como pelas perseguições do autoproclamado ‘Estado Islâmico’, tem sido debatida no Sínodo dos Bispos.

OC

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Agência ECCLESIA

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