Sínodo 2015: Papa quer uma Igreja mais «acolhedora e acessível» para as famílias

Francisco participou na vigília de oração pela assembleia magna dos bispos que começa este domingo em Roma

Cidade do Vaticano, 03 out 2015 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje no Vaticano a importância de recuperar a “experiência conjugal e familiar” da humanidade, durante uma vigília de oração em ação de graças pelo Sínodo da Família, que começa este domingo.

Numa Praça de São Pedro repleta de peregrinos, Francisco incentivou as pessoas a rezarem para que os padres sinodais saibam conduzir uma reflexão que “reconheça, valorize e proponha tudo o que a família tem de belo, de bom e de santo” e que mostre uma Igreja que é “casa aberta” a todos, “acolhedora e acessível”.

O Papa argentino fez votos de que o Sínodo se faça próximo de todas as famílias que passam por “situações de vulnerabilidade que a metem à prova, como a pobreza, a guerra, a doença, o luto, as relações feridas e despedaçadas, onde sobressaem o desânimo, o ressentimento e a rutura”.

E que os trabalhos sinodais “recordem a estas famílias, como a todas as famílias, que o Evangelho permanece como boa notícia, que importa partilhar cada vez mais”, complementou.

A vigília de oração, que começou a meio da tarde, contou com a presença de boa parte dos cerca de 300 bispos de todo o mundo que vão marcar presença na assembleia magna dedicada ao tema da Família.

Recorde-se que entre os delegados com direito a voto no Sínodo estarão dois representantes portugueses, D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e cardeal-patriarca de Lisboa; e D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família e bispo de Portalegre-Castelo Branco.

O momento de oração na Praça de São Pedro foi marcado por vários momentos de testemunho, com a participação de casais, alguns acompanhados pelos filhos e netos, e contou tambérm com diversos momentos musicais, subordinados à temática da família.

Na sua mensagem, o Papa destacou ainda a importância de um Sínodo que, mais do que falar de família, saiba colocar-se à sua disposição para reconhecer sempre a dignidade, a consistência e o valor” de cada família, “não obstante as fraquezas e contradições que a possam assolar”.

“Que na Galileia das pessoas do nosso tempo, possamos reafirmar a expressão de uma Igreja que é Mãe, capaz de gerar vida e que esteja atenta a dar continuamente a vida, de acompanhar com dedicação, ternura e força moral, porque se não soubermos aliar a compaixão à justiça, passaremos apenas por ser inutilmente severos e profundamente injustos”, salientou.

Francisco prosseguiu afirmando que “uma Igreja que é família sabe agir com a proximidade e o amor de um Pai, que vive a responsabilidade de um guardião, que protege sem se sobrepôr, que corrige sem humilhar, que educa pelo exemplo e pela paciência, por vezes simplesmente com o silêncio de uma atitude orante e aberta”.

O Papa argentino convocou todos os peregrinos a invocarem a força do Espirito Santo para os padres sinodais.

E citando um discurso do Patriarca Atenágoras, de Constantinopla, frisou que “sem esse Espírito, Deus fica longe, Cristo permanece no passado, a Igreja não passa de uma simples organização, a autoridade transforma-se em domínio, a missão em propaganda, o culto e a vocação, o agir dos cristãos numa moral de escravos”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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