Vigília de oração e Missa presidida pelo Papa marcam abertura do encontro de bispos de todo o mundo
Cidade do Vaticano, 02 out 2015 (Ecclesia) – Os trabalhos da 14ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos (4-25 de outubro) vão ter mais espaço para o debate e o diálogo, com 13 sessões de trabalhos em grupo, anunciou hoje o Vaticano.
No total, vão ser publicados integralmente os relatórios dos chamados “círculos menores”, produzidos semanalmente em vários grupos linguísticos (alemão, francês, espanhol, italiano e inglês), sobre os temas da família.
A assembleia, com 270 padres sinodais (participantes com direito a voto), é precedida este sábado por uma vigília de oração, à imagem do que aconteceu com a reunião extraordinária de 2014.
O Papa vai presidir no domingo (09h00 de Lisboa) à Missa de abertura do Sínodo sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, na Basílica de São Pedro.
Francisco ligou as duas assembleias sinodais através de um ciclo de catequeses semanais sobre a família e mais recentemente antecipou as suas preocupações para este encontro, denunciando ameaças “ideológicas” e lembrando as “feridas” na vida dos casais, que exigem “misericórdia” da Igreja.
Perante os participantes do encontro mundial promovido pelas Equipas de Nossa Senhora, em setembro, o Papa afirmou que “a imagem da família – como Deus a quer, composta por um homem e uma mulher em vista do bem dos cônjuges e também da geração e da educação dos filhos – é deformada através de poderosos projetos contrários, sustentados por colonizações ideológicas”.
Duas semanas depois, num discurso histórico perante o Congresso norte-americano, Francisco voltou a denunciar ameaças ao “fundamento” da família e do matrimónio.
“Não posso esconder a minha preocupação pela família, que está ameaçada, talvez como nunca antes, de dentro e de fora. As relações fundamentais foram postas em discussão, bem como o próprio fundamento do matrimónio e da família”, advertiu, perante o órgão do poder legislativo federal nos EUA.
Francisco afirmou que quer “repropor a importância e sobretudo a riqueza e a beleza da vida familiar”.
A Assembleia Sinodal de 2015 representa o fim de um percurso iniciado há dois anos, com o envio do primeiro questionário a todas as comunidades católicas, com uma participação recorde.
Ao longo de três semanas, serão debatidos os temas “A escuta dos desafios sobre a família”, “O discernimento da vocação familiar” e “A missão da família hoje”, correspondentes a cada uma das partes do Instrumento de Trabalho.
Uma comissão de dez padres sinodais vai supervisionar a redação do relatório final, com votação prevista para 24 de outubro.
Em termos de comunicação, o Vaticano vai promover uma conferência de imprensa diária, com a presença de participantes no Sínodo, para além da divulgação dos relatórios dos trabalhos de grupo.
No dia 17 de outubro tem lugar a sessão comemorativa dos 50 anos do Sínodo dos Bispos, na Sala Paulo VI, com intervenções de prelados dos cinco continentes, incluindo D. Francisco Chimoio, arcebispo de Moçambique, e um discurso conclusivo do Papa.
No dia seguinte, Francisco vai canonizar, entre outros, os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Louis Martin (1823-1894) e Zélie Guérin Martin (1831-1877), declarados beatos pelo Papa emérito Bento XVI, a 19 de outubro de 2008.
A estas iniciativas une-se uma corrente de oração na Basílica de Santa Maria Maior, onde estão expostas as relíquias do casal Martin.
Junto à sala do Sínodo dos Bispos foi preparada, por sua vez, uma capela para a oração dos participantes, na qual estão expostas relíquias Santa Teresinha do Menino Jesus e dos seus pais, bem como de Maria e Luigi Beltrame Quattrocchi, primeiro casal a ser beatificado, informou o Vaticano.
OC