Patriarcado de Lisboa divulgou intervenção integral de D. Manuel Clemente na assembleia de bispos que decorre no Vaticano
Lisboa, 11 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa levou ao Sínodo dos Bispos, que decorre no Vaticano, preocupações com a falta de “acolhimento” das famílias na Igreja Católica e a necessidade de melhor formação e acompanhamento das mesmas.
“São recorrentes as queixas de quem não é verdadeiramente acolhido nem atendido, mesmo quando contacta as instituições da Igreja. Nem sempre podemos corresponder ao que nos é pedido, mas nunca podemos desprezar quem nos pede alguma coisa”, disse D. Manuel Clemente, na intervenção que proferiu durante a assembleia sinodal, divulgada hoje pelo Patriarcado de Lisboa.
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), os desafios que a Igreja enfrenta no atual contexto sociocultural exigem respostas com “critério familiar, tonando-as efetivamente ‘famílias de famílias’”.
“Sabemos que isto mesmo vai acontecendo, quando a preparação para o matrimónio começa cedo, na família e na catequese da infância e da adolescência, com o envolvimento direto dos pais, bem como nos grupos juvenis orientados por casais jovens”, precisou.
D. Manuel Clemente elogiou as situações em que as famílias “são espiritualmente acompanhadas na comunidade e em grupos de casais” ou quando “os serviços comunitários de cada um têm em conta os seus laços familiares”.
O patriarca de Lisboa saudou também as famílias que “praticam voluntariado ou missões temporárias”.
A intervenção do cardeal português, um dos dois delegados da CEP, juntamente com D. Antonino Dias, aludiu à “crescente concentração de pessoas em grandes espaços urbanos”, que “alterou profundamente o antigo quadro rural e localizado onde a vida geralmente decorria, com grande vinculação familiar”.
Neste quadro, agravado pelo “individualismo cultural”, tornou-se difícil “dar condições materiais e sociais suficientes a todos os que querem constituir famílias e criar filhos”.
“Face aos grandes desafios que hoje enfrentamos, em termos de sociedade e evangelização, importa encontrar a base firme para a resposta cristã. Encontramo-la na família e devemos oferecê-la no testemunho fecundo das famílias cristãs”, concluiu.
OC