«Os párocos mudam, as comunidades ficam», destacou D. Armando Esteves Domingues, que lembrou a importância dos órgãos sinodais, como os Conselhos Pastorais e Económicos

Angra do Heroísmo, Açores, 29 set 2025 (Eccclesia) – O bispo de Angra afirmou a importância da unidade, da sinodalidade, e da corresponsabilidade entre leigos e sacerdotes na Ouvidoria do Faial (ilha), onde mudou a equipa sacerdotal e presidiu à tomada de posse dos cinco novos párocos.
“É fácil pensar que teremos menos padres no Faial dentro de pouco tempo. Precisamos organizar horários que permitam substituições e maior participação laical nas decisões”, disse D. Armando Esteves Domingues, este sábado, na igreja Matriz da Horta.
Na ilha do Faial, o bispo de Angra mudou os cinco sacerdotes e presidiu à tomada de posse dos novos párocos, este sábado, tendo explicado que as mudanças pastorais tiveram o objetivo de reorganizar a ilha em cinco unidades e lançar as bases para uma missão mais colaborativa entre sacerdotes e leigos.
“Não é para haver uma única paróquia, mas para que esta Ouvidoria possa contar com serviços partilhados e chegar a todos os lugares da ilha”, acrescentou, incentivando a um trabalho conjunto nas áreas da pastoral juvenil, da caridade, da família e da liturgia, informa o portal online ‘Igreja Açores’.
D. Armando Esteves Domingues desejou que na Ouvidoria do Faial “cresçam comunidades geradoras desta unidade com a diocese inteira e com a Igreja universal”, e salientou que os Conselhos Pastorais e Conselhos Económicos, órgãos sinodais, “são a garantia da unidade na paróquia e da continuidade quando mudam os párocos”.
“Os párocos mudam, as comunidades ficam”, referiu o bispo de Angra, indicando que como marca da sinodalidade – escuta e participação –, poderão ser tomadas decisões “fazendo outra auscultação, procurando maior participação laical nessas decisões, ouvindo os Conselhos Pastorais para discernir em conjunto”.

“Estamos a percorrer etapas. Mas também exige a existência e bom funcionamento dos Conselhos Pastorais Paroquiais nas comunidades. Sem isso, não é possível”, acrescentou, na celebração que foi um momento “histórico”.
A tomada de posse dos cinco novos párocos da ilha do Faial – padres Marco Martinho, António Saldanha, Rui Soares, Marcos Miranda e Roberto Cabral -, onde o bispo de Angra agradeceu também aos párocos cessantes – os padres Marco Gomes, Paulo Silva, Fábio Carvalho, Sérgio Mendonça e Bruno Rodrigues – reuniu autoridades civis e eclesiais, movimentos e serviços, e cristãos das várias comunidades.
A Diocese de Angra tem 17 ouvidorias (conjunto de paróquias) e a Ouvidoria do Faial, que tem 13 paróquias, foi a única onde mudou a equipa sacerdotal toda; neste mesmo dia, 27 de setembro, também na Ilha do Pico tomaram posse sete párocos e um diácono, numa celebração presidida pelo bispo de Angra, informa o portal online ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.
O núncio apostólico nos Camarões e Guiné Equatorial, D. José Avelino Bettencourt, arcebispo luso-canadiano natural da Ilha açoriana de São Jorge, esteve também nestas duas tomadas de posse.
A Diocese de Angra celebra os 500 anos da sua fundação, em 2034, e vai apresentar o Projeto Pastoral para os próximos nove anos, no próximo sábado, dia 5 de outubro, na ilha de Santa Maria.
“Este projeto terá caráter subsidiário, servindo de inspiração às paróquias, ouvidorias e movimentos, que manterão a responsabilidade de elaborar os seus próprios planos pastorais”, explicou D. Armando Esteves Domingues.
CB/OC