Via Sacra no Coliseu teve reflexões de cardeal e jovens libaneses
Roma, 29 mar 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco presidiu hoje à celebração da Via Sacra no Coliseu de Roma, com reflexões de um cardeal e de jovens libaneses que recordaram os sofrimentos dos cristãos do Médio Oriente.
No final da cerimónia tradicional na Sexta-feira Santa, o Papa argentino referiu que a “Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo”.
Depois de referir que não queria “acrescentar muitas palavras” às meditações, Francisco indicou que estas foram “um sinal para todo o Médio Oriente e para o mundo inteiro: um sinal de esperança”.
“Os cristãos devem responder ao mal com o bem, tomando sobre si a cruz, como Jesus”, frisou.
A evocação da prisão, julgamento e condenação à morte de Jesus em 14 etapas, chamadas ‘estações’, apresentou este ano um olhar sobre os preconceitos e o ódio que levam a “conflitos religiosos” e ao “fundamentalismo violento que toma como pretexto a defesa dos valores religiosos”.
Os textos das meditações foram pedidos pelo agora Papa emérito, Bento XVI, ao patriarca de Antioquia dos maronitas (Líbano), Béchara Boutros Raï, que contou com a colaboração de jovens do seu país.
A introdução à celebração lembrou especialmente “os jovens e quantos se sentem provados por divisões, guerras ou injustiças e lutam por ser, no meio dos seus irmãos, sinais de esperança e obreiros de paz”.
Os autores apelaram ao respeito pela liberdade religiosa para que as várias religiões possam colaborar em conjunto para servir o “bem comum” e o “desenvolvimento de todas as pessoas”.
A violência sobre mulheres “feridas na sua dignidade, lesadas pelas discriminações, a injustiça e o sofrimento” e os ataques à “dignidade do homem e ao seu direito à vida” juntaram-se à preocupação por “todos os povos humilhados e atribulados, especialmente os do martirizado Oriente”.
As reflexões criticavam o “laicismo cego” que procura sufocar “os valores da fé e da moral”.
A 12ª estação, que recordou a morte de Jesus na cruz, contou com uma oração por todos os que promovem o aborto e defendem a eutanásia, “para que se comprometam na construção da civilização da vida e do amor”.
A celebração teve início às 21h15 locais (menos uma em Lisboa) e as tochas que acompanharam a cruz ao longo percurso foram levadas por jovens de Roma, do Líbano e do Brasil; por famílias da Itália e da Índia, um doente, dois seminaristas chineses, dois franciscanos da Custódia da Terra Santa, religiosas de África e do Líbano.
“Caminhemos juntos pela senda da Cruz, caminhemos levando no coração esta Palavra de amor e de perdão”, finalizou o Papa Francisco.
OC/LFS