200 líderes mulçumanos, judeus, budistas e cristãos, além de especialistas no sector ambiental, estão a realizar um cruzeiro pelo Ártico, de 6 a 12 deste mês, para discutir as mudanças climáticas e suas consequências para o Planeta. A iniciativa é promovida pelo Patriarca Ecuménico de Constantinopla (ortodoxo), Bartolomeu I. Energia limpa, contaminações nucleares e futuros tratados internacionais para a protecção do Ártico foram últimos temas abordados no simpósio “Ártico, espelho de vida”, em andamento na Gronelândia. O Cardeal Theodore McCarrick, Aarcebispo emérito de Washington, celebrou a Missa a bordo do navio que hospeda o encontro, na presença de representantes luteranos e ortodoxos. Em Nuuk, principal porto da Gronelândia, os estudiosos concluíram que o futuro do Ártico está ligado, indissoluvelmente, às energias renováveis. Mas além do problema do degelo, a região sofre as consequências da poluição nuclear, derivada do intenso tráfego de ogivas nucleares, transportadas por submarinos norte-americanos e russos. Bartolomeu I lançou um apelo em favor da protecção do ambiente, lembrando que “a acção de um único indivíduo pode provocar danos a toda a humanidade”. Apoio de Bento XVI Numa mensagem enviada aos participantes do simpósio internacional, o Papa escreveu que “os países industrializados não são moralmente livres para repetir os erros cometidos no passado, e assim continuar imprudentemente a prejudicar o meio ambiente”. O texto deixa claro que “o cuidado com o meio ambiente, a promoção do desenvolvimento sustentável e a atenção particular às mudanças climáticas têm de ser temas de grave preocupação para a família humana”. “As recentes pesquisas científicas demonstram com clareza que o impacto das acções humanas em qualquer lugar ou região pode ter efeitos mundiais”, disse o Papa. Nesse sentido, Bento XVI lembra que “as consequências da degradação do meio ambiente não podem ser limitadas a uma área determinada ou a um povo” pois “danificam a coexistência, traem a dignidade humana e violam os direitos dos cidadãos que desejam viver num ambiente seguro”. Como caminho para o futuro, o Papa considera que todos os países devem partilhar as chamadas “tecnologia limpas” e assegurar que “os seus próprios mercados não contribuem para a proliferação da poluição”, convidando “toda a humanidade – crianças e adultos, indústria, Estados e organismos internacionais – a levar a sério as responsabilidades sobre o meio ambiente”. Na passada Quarta-feira, Bento XVI lançara um apelo em favor da conservação do Ártico, sublinhando que “a conservação dos recursos hídricos e a atenção às mudanças climáticas são matérias de enorme importância para toda a família humana”.